O Futuro do Galo: Bracks Revela Geração de Ouro com Veneno e Mosquito

O cenário das categorias de formação do Clube Atlético Mineiro demanda uma atenção rigorosa por parte da diretoria. Em um momento em que a equipe sub-20 enfrenta dificuldades no Campeonato Brasileiro, flertando com a zona de rebaixamento, e com a recente chegada de um novo gestor para reestruturar o setor, as divisões de base do Galo estão imersas em um processo de profunda redefinição. Essa reestruturação é uma garantia de Paulo Bracks, o executivo de futebol do clube.

O Renascimento da Base Alvinegra: Foco nas Promessas do Futuro

Paulo Bracks, com sua visão estratégica, não hesita em projetar o porvir do clube. O futuro, conforme apontado pelo executivo, reside nas gerações mais jovens, especificamente no sub-17, com atletas nascidos entre 2008 e 2010. Este grupo, considerado o "diamante bruto" do clube, inclui talentos como Gabriel Veneno, cuja assinatura de seu primeiro contrato profissional é aguardada com grande expectativa.

A nova safra de talentos, apresentada pelo próprio executivo, destaca nomes como Rafael Martins (nascido em 2008), Samuel Rodrigues (2009), Mathias (2008) e, notavelmente, Wallyson Mosquito (2008). Mosquito, em particular, já assegurou seu primeiro vínculo profissional com o Galo, com uma cláusula rescisória que se aproxima dos R$ 400 milhões, sinalizando o imenso potencial que o clube enxerga nele.

Desafios Atuais e a Urgência da Transformação na Base do Galo

Bracks não hesita em expressar a urgência de uma mudança de rumo para as categorias de base:

"O Atlético precisa voltar a ser protagonista da base em Minas Gerais. Nosso último título estadual do sub-20 foi em 2019."

De fato, o histórico recente da categoria sub-20 revela um cenário preocupante: o único título nacional foi conquistado em 2020 (finalizado em 2021), e a última glória estadual remonta a 2019. Essa lacuna de conquistas sublinha a necessidade premente de uma revitalização.

Apesar de algumas vendas significativas, como a de Savinho ao Grupo City em 2022 e a de Alisson ao Shakhtar Donetsk neste ano, a geração atual não tem entregado os resultados esperados em termos de formação e rendimento esportivo, uma realidade que Bracks reconhece abertamente. O desafio é grande, e a direção do clube está ciente da complexidade da tarefa de reverter o quadro atual.

A Nova Filosofia: Captação e Desenvolvimento Interno de Talentos

A recente movimentação do Atlético no mercado, com a aquisição de atletas jovens como o zagueiro chileno Iván Román, de 18 anos, e o atacante João Marcelo, de 20, vindo do Guarani, serve como um alerta contundente para a nova gestão da base, liderada por Luiz Carlos Azevedo. Bracks é categórico: o ideal é que jogadores com esse perfil, que necessitam de lapidação no ambiente profissional, sejam "fabricados" dentro de casa, evitando a dependência do mercado externo.

Azevedo, em sua rotina diária, já implementa as primeiras ações dessa nova filosofia. O clube tem promovido reestruturações em setores-chave, direcionado investimentos para aprimorar a infraestrutura da base e, crucialmente, intensificado o foco na captação de novos talentos. Segundo Azevedo,

"A captação é o nosso carro-chefe. Queremos ter os melhores jogadores aqui dentro para entregar para as nossas comissões técnicas, para desenvolvê-los. Queremos ampliar nossa rede de observação, fazer parceria com alguns clubes."

Ele complementa, sublinhando a natureza competitiva da busca por novos talentos:

"A busca pelo talento está cada vez mais precoce. Todo mundo quer achar o novo Vinícius Júnior mais cedo. Dentro desse cenário, temos essa clareza que precisamos investir forte na captação. A primeira categoria começa no sub-8. Do sub-8 ao 13, é varrer o estado de Minas Gerais, mas também sem perder o olhar ao Brasil todo. Nas mais velhas, estaremos em parceria com o CIGA."

Essa abordagem abrangente visa identificar e nutrir os talentos desde as idades mais tenras, garantindo um fluxo contínuo de atletas promissores para o elenco principal.

O Impacto Financeiro e o Legado das Joias Reveladas

A capacidade de revelar e negociar jovens talentos tem um papel fundamental na saúde financeira de qualquer clube de futebol. Para o Atlético, a valorização da base não se limita apenas ao aspecto esportivo, mas também se traduz em importantes receitas. Abaixo, apresentamos uma tabela com as últimas vendas de jogadores formados nas categorias de base do Galo, ilustrando o potencial econômico que a formação de atletas representa:

Jogador	Destino	Ano da Venda	Valor (aproximado)
Alerrandro	Bragantino	2019	R$ 15 milhões
Cleiton	Bragantino	2020	R$ 23 milhões (70% dos direitos)
Marquinhos	Ferencvárosi (Hungria)	2022	R$ 9,8 milhões (75% dos direitos)
Savinho	Grupo City	2022	R$ 35 milhões
Nathan Silva	Pumas (México)	2023	R$ 20 milhões
Alisson	Shakhtar Donetsk	2025	R$ 88 milhões