Galo na Sul-Americana: Pênalti de Biel Gera Confronto com Torcida

A atmosfera no Defensores del Chaco, em Assunção, atingiu um ponto de ebulição durante a disputa de pênaltis que selou o destino do Atlético Mineiro na final da Copa Sul-Americana contra o Lanús-ARG. Naquele sábado, 22 de fevereiro, um momento de profunda frustração nas arquibancadas desencadeou uma troca de farpas intensa, onde um torcedor, em um acesso de raiva, dirigiu severas críticas ao atacante Biel, provocando uma reação imediata e acalorada da delegação atleticana.

A comitiva do Atlético, que incluía nomes como o zagueiro Lyanco, os atacantes João Marcelo, Cuello e Mosquito, além de jovens promessas da base, seguranças e o próprio CEO do clube, Bruno Muzzi, estava posicionada em um setor do estádio logo atrás do banco de reservas. Cercados por outros alvinegros, eles foram testemunhas diretas e receptores da explosão de descontentamento vinda da arquibancada.

A Centelha da Controvérsia: O Pênalti de Biel

A origem de todo o tumulto remonta ao instante em que Biel desperdiçou a quarta cobrança de pênalti do Galo. O atacante executou a batida de forma precária, e o goleiro Losada, sem grandes dificuldades, efetuou a defesa. Esse erro capital concedeu ao Lanús a oportunidade de sacramentar a série de cinco pênaltis, sagrando-se campeão da Sul-Americana, e inflamou ainda mais os ânimos já exaltados da torcida.

A revolta do torcedor não tardou a se manifestar. Em um registro capturado, as palavras proferidas expressavam a amargura de uma chance perdida e o peso de um investimento considerável:

"Tira ele (Biel) do Galo. Olha o que essa desgraça fez. Some com essa ***** do Galo. Foram R$ 50 milhões nessa ***. Parabéns para todo mundo. Parabéns!?

A citação reflete a impaciência e a paixão exacerbada que muitas vezes permeiam o futebol.

A Resposta Inflamada: Jogadores Confrontam Torcedor

Contudo, o enredo da final tomou um rumo ainda mais dramático. Na sequência, o atacante argentino Luciano Acosta falhou na cobrança que poderia ter assegurado o título ao Lanús, um alívio momentâneo para a equipe mineira. Apesar disso, a tensão não diminuiu; pelo contrário, escalou. Os jogadores do Atlético, visivelmente irritados com as provocações, dirigiram-se ao torcedor em questão. Cuello e João Marcelo demonstraram grande exaltação, mas a figura do zagueiro Lyanco foi a que mais se destacou.

Mesmo lesionado, Lyanco avançou em direção ao torcedor, necessitando ser contido por um segurança. Suas palavras, carregadas de indignação, revelaram a profundidade da frustração sentida em campo:

"Cadê ele? Quem é que estava falando aqui? Quem é que estava falando? Filha da p***. Tomar no **, rapaz.?

Este episódio sublinha a tênue e por vezes perigosa linha que separa a paixão de quem está em campo da de quem acompanha das arquibancadas, especialmente em momentos de alta pressão decisiva.

A disputa de pênaltis prosseguiu, e o Atlético, apesar de ter se mantido na corrida por um breve período com as conversões de Everson e Alexsander, não conseguiu reverter o cenário. A sétima cobrança, a segunda das alternadas, foi desperdiçada pelo zagueiro Vitor Hugo, selando a derrota por 5 a 4. O sonho do título da Sul-Americana foi desfeito, e o Galo encerrou sua jornada na competição com o amargo segundo lugar, um desfecho que, para além do placar, ficará marcado pela intensidade das emoções extravasadas nas arquibancadas de Assunção.