Scarpa no Banco: Sampaoli Quebra o Silêncio sobre Afastamento no Atlético-MG

A trajetória de Gustavo Scarpa no Atlético Mineiro tem apresentado uma inflexão notável recentemente. Apesar de ser um dos nomes mais produtivos da equipe em 2025, acumulando impressionantes 12 assistências e sendo o jogador de linha com mais aparições na temporada, totalizando 65 partidas, o meio-campista viu seu protagonismo diminuir drasticamente nas últimas semanas. Sua presença no banco de reservas na decisão contra o Lanús, seguida por outra partida sem iniciar contra o Flamengo, marcou uma sequência de cinco jogos consecutivos longe da formação titular.

A situação ganhou contornos ainda mais intrigantes no confronto diante do Flamengo, quando Scarpa sequer foi acionado, um fato inédito em seu período recente no clube. Sua última participação desde o apito inicial ocorreu em 5 de novembro, na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Bahia. Para a massa atleticana, é uma cena incomum testemunhar um dos pilares do time, desde o ano anterior, perder tamanha relevância justamente na fase decisiva do calendário.

A Queda Inesperada de um Pilar: Gustavo Scarpa no Banco

Após o empate em 1 a 1 na Arena MRV, o técnico Jorge Sampaoli ofereceu sua versão para a preterição do atleta, alegando que a dinâmica da partida ?não favorecia? as características de Scarpa. Contudo, essa explicação não pareceu suficiente para uma parcela da torcida e da imprensa, que se questiona se o jogador atravessa meramente uma fase de menor rendimento técnico ou se há uma real diminuição de seu prestígio dentro do elenco.

Questionado especificamente sobre a ausência do meio-campista na partida do Brasileirão contra o Flamengo, Sampaoli foi direto em sua análise:

Na minha visão, o jogo pedia outros jogadores, até pelo jeito como estava se dando a partida. Precisávamos de jogadores que tinham outras características e decidimos por isso.

O comandante argentino complementou sua justificativa, reforçando a natureza tática de suas escolhas:

O Scarpa, por exemplo, quando esteve apto e nós decidimos que tinha que estar em campo, ele jogou. Agora, nós decidimos que não era a hora, porque o jogo pediu outro tipo de jogador, e nós escolhemos outro atleta.

Foto: (Gilson Lobo/AGIF)

A Visão do Treinador: Sampaoli e as Escolhas Táticas

As palavras de Sampaoli revelam uma abordagem estritamente estratégica, onde a funcionalidade tática para o contexto específico do jogo se sobrepõe à importância geral do jogador. Essa perspectiva, embora compreensível do ponto de vista técnico, gera desconforto ao considerar o histórico de Scarpa e sua contribuição estatística na temporada. A questão que paira é se essa decisão pontual se tornará um padrão, redefinindo o papel do atleta no esquema do treinador.

A situação de Gustavo Scarpa , um dos principais articuladores do time, levanta sérias indagações sobre sua permanência e relevância para a próxima temporada. Um levantamento detalhado, originalmente compilado pela Itatiaia, ilustra os números e a participação de Scarpa sob a batuta de Jorge Sampaoli, evidenciando uma utilização que nem sempre corresponde ao seu potencial.

O Retrato Numérico: Scarpa Sob a Lupa de Sampaoli

A análise dos dados revela um cenário particular para Scarpa sob o comando de Sampaoli, onde a titularidade não tem sido uma constante, e as oportunidades muitas vezes surgem no decorrer das partidas.

A seguir, o detalhamento das participações de Gustavo Scarpa nos jogos sob a gestão de Jorge Sampaoli:

Os números e a sequência de jogos revelam uma gestão cautelosa e, por vezes, limitada da participação de Scarpa. Apesar de ter contribuído com assistências, a ausência de gols e a predominância de entradas no decorrer das partidas, somadas às substituições frequentes quando titular, desenham um quadro de um jogador que, embora valioso, não goza de uma condição inabalável na hierarquia de Sampaoli. A incerteza sobre seu papel e o impacto dessas decisões na reta final da temporada permanecem como pontos cruciais a serem observados no futuro do Atlético-MG.