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Savinho no Manchester City: Valores, Bônus Não Pagos e o Impacto Financeiro para o Atlético-MG

Por Redação FutGalo em 28/06/2025 19:31

Um lance de brilho de Savinho na goleada do Manchester City sobre a Juventus, durante o Mundial de Clubes, não apenas colocou o promissor atacante sob os holofotes, mas também reacendeu uma discussão persistente entre os torcedores do Atlético-MG: os termos de sua transferência. A venda do jovem atleta, que teve uma passagem relativamente breve de 35 jogos pelo Alvinegro, continua a ser um ponto de debate acalorado, revelando camadas de complexidade financeira e estratégica.

A Transação Inicial e o Cenário Econômico do Clube

A negociação de Savinho com o Grupo City foi concretizada em julho de 2022, por um valor de 6,5 milhões de euros, equivalentes a aproximadamente R$ 33,5 milhões na cotação da época. Esse movimento ocorreu em um período de considerável fragilidade econômica para o Atlético-MG, o que, de certa forma, ditou as condições do acordo. O clube mineiro conseguiu reter uma parcela de 12,5% dos direitos econômicos do jogador, além de garantir 1,70% sobre o mecanismo de solidariedade da FIFA, um percentual relevante em futuras transações. Adicionalmente, o contrato foi elaborado com um robusto conjunto de bônus, atrelados a metas de desempenho do atleta, que prometiam ganhos adicionais.

Entretanto, a trajetória de Savinho após a saída do Galo, passando por empréstimos ao PSV da Holanda e ao Girona da Espanha antes de brilhar sob o comando de Pep Guardiola, evidenciou que muitas das metas previstas no contrato original não se materializaram. A complexidade da negociação se acentuou com a revelação de pendências financeiras. O Atlético-MG ainda aguarda o recebimento de R$ 9,2 milhões referentes ao Troyes, equipe francesa para a qual o jovem foi inicialmente vinculado, conforme detalhado no balanço da SAF divulgado em dezembro de 2024.

Savinho no Manchester City: Valores, Bônus Não Pagos e o Impacto Financeiro para o Atlético-MG
Foto: (Reuters/Nathan Ray Seebeck)

Os Bônus Não Realizados: O Caso Troyes

Paradoxalmente, o aspecto mais marcante dessa negociação reside no que não se concretizou: Savinho sequer entrou em campo pelo Troyes. Essa ausência inviabilizou a ativação de cláusulas de desempenho que poderiam ter adicionado até 6 milhões de euros aos cofres atleticanos. Condicionantes como a participação em jogos da Liga dos Campeões, números de gols e assistências no Campeonato Francês, e até mesmo a remota possibilidade de uma Bola de Ouro, tornaram-se irrelevantes, esvaziando parte significativa do potencial financeiro do acordo.

Na época, a necessidade de caixa impulsionou a decisão, como explicou Rodrigo Caetano, então diretor de futebol do clube:

?Quando se precisa vender, o preço é outro. O contexto nos obrigou a aceitar uma proposta que, hoje, ainda gera discussões?.

Essa declaração sublinha a pressão enfrentada pela diretoria, que se viu compelida a aceitar termos que, em um cenário ideal, poderiam ter sido mais vantajosos.

Perspectivas Futuras e a Sensação de Oportunidade Perdida

Ainda assim, o panorama financeiro para o Atlético pode apresentar uma melhora. Com a recente transação de Savinho para o Manchester City, avaliada em torno de 25 milhões de euros, o clube mineiro tem a expectativa de receber mais de 3 milhões de euros, referentes à parcela de direitos econômicos que manteve. Este valor, embora significativo, não apaga a impressão de que o acordo inicial poderia ter sido substancialmente mais benéfico, dadas as projeções para o talento do jogador.

Rubens Menin, o proprietário da SAF do Galo, reiterou essa percepção em uma edição do GaloCast, contextualizando a difícil escolha:

?A parte financeira pesou. Infelizmente, precisávamos liberar o Savinho. Sabíamos do potencial dele?.

Essa fala encapsula o dilema enfrentado pelo clube: a necessidade premente de sanear as finanças versus a consciência do enorme potencial de um atleta que, hoje, brilha nos maiores palcos do futebol mundial. A saga de Savinho, portanto, serve como um estudo de caso sobre os desafios e as complexidades das negociações no futebol moderno, onde a urgência financeira pode, por vezes, sobrepor-se à visão de longo prazo.

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