Sampaoli Responde: Scarpa no Banco e o Perigoso Cenário do Atlético-MG Próximo ao Z-4

A derrota por 1 a 0 do Atlético-MG para o Fortaleza, no Castelão, ecoou em uma coletiva de imprensa surpreendentemente concisa do técnico Jorge Sampaoli. Com apenas três questionamentos, o comandante argentino foi instado a abordar a performance da equipe, o espectro do rebaixamento que paira sobre o clube e a persistente ausência de Gustavo Scarpa na formação inicial. A brevidade das respostas, contudo, não dissipou a nuvem de incertezas que envolve o ambiente alvinegro.

A situação de Gustavo Scarpa , um dos nomes mais aguardados pela torcida, foi explicitamente justificada por Sampaoli com base em um critério de "sentimento" e performance diária. O técnico declarou que a escolha dos titulares é um reflexo do que os atletas demonstram a ele no cotidiano, sugerindo que, no momento, outros jogadores se encaixam melhor em seus planos.

O tema de quem joga e não joga tem a ver sobre o que os jogadores geram a mim para estar em campo. O que mais representa é a forma de eu sentir. Sinto que quem eu coloco está melhor que o Gustavo hoje. Vivo o dia a dia. Respeito muito o profissionalismo do Gustavo, as capacidades.

A afirmação, que aponta para uma suposta superioridade de outros nomes no elenco, não apenas sublinha uma decisão técnica, mas também levanta questionamentos sobre a gestão do grupo e a adaptação do meia à filosofia de Sampaoli.

A campanha recente do Galo é um fator de preocupação crescente. O time acumula cinco partidas sem vitória na temporada, sendo quatro delas pelo Campeonato Brasileiro. Atualmente, com 45 pontos, a equipe se encontra a apenas quatro do Internacional, o primeiro clube na zona de descenso, restando apenas seis pontos a serem disputados. Essa margem estreita acende um alerta severo, especialmente com o próximo desafio sendo contra o Palmeiras, na Arena MRV, um confronto de alta complexidade.

As Razões de Sampaoli para a Ausência de Scarpa

Sampaoli expressou sua inquietude primordial em relação aos resultados, focando na necessidade urgente de vitórias. Ele recordou os recentes tropeços, como os empates sofridos nos minutos finais contra Flamengo e Fortaleza, evidenciando uma falha em sustentar o placar.

Estou preocupado que o time ganhe. Temos um jogo em casa contra um rival muito forte. Tivemos jogo contra o Flamengo, que nos empata no final. Fortaleza também nos empatou final. Temos que buscar forças para ganhar partidas para buscar um objetivo ou prevenir outro.

A declaração revela uma percepção clara da pressão para reverter o cenário e garantir a segurança na tabela, seja para almejar posições mais altas ou, mais pragmaticamente, para se afastar de um risco iminente.

Apesar da derrota, o técnico atleticano defendeu a atuação de seus comandados, destacando a superioridade do Galo em posse de bola e na troca de passes no setor ofensivo. Contudo, Sampaoli foi categórico ao reconhecer que, mesmo com esses indicadores, a equipe cearense demonstrou maior eficácia e objetividade.

O argentino aprofundou sua análise tática, afirmando que o Fortaleza se sobressaiu nas "áreas" do campo, com um "peso ofensivo" mais pronunciado. Reconheceu que, embora o Atlético tenha mantido 68% da posse de bola e elevado número de passes no campo adversário, a capacidade de finalização foi deficitária. O gol adversário no primeiro tempo e a subsequente transição eficaz do Fortaleza selaram o destino da partida.

Creio que a análise do jogo é que o time rival esteve melhor nas áreas. Teve melhor peso ofensivo. Tivemos muitos passes no campo rival, mais posse de bola, 68% e uma chance pra conseguir empatar. O Fortaleza conseguiu o gol no primeiro tempo e depois gerou transição.

Foto: (Pedro Souza / Atlético-MG)

A Delicada Posição do Galo e a Tensão Pela Reversão

Sampaoli reiterou que o Atlético manteve o controle e criou oportunidades ao longo do confronto. A hipótese de um gol inicial do Galo, segundo ele, alteraria significativamente a dinâmica do jogo. O técnico admitiu que, apesar das tentativas de modificação tática e do domínio territorial no campo adversário, a equipe não conseguiu converter essa superioridade em resultados concretos.

Tivemos o controle e situações durante o jogo. Se tivéssemos feito primeiro, a partida mudaria um pouco. Foi um jogo difícil para nós, mas a gente tentou, tentamos fazer mudanças, mas não pudemos concretizar o melhor com o domínio no campo rival, mais passes no campo rival. Preparar o jogo em casa e tentar seguir brigando pela parte mais elevada possível.

A conclusão de Sampaoli aponta para a preparação do próximo duelo em casa, com o objetivo de "seguir brigando pela parte mais elevada possível", uma meta que, diante do cenário atual, parece cada vez mais desafiadora.