Sampaoli no Galo: Um Mês de Imersão, Táticas e os Desafios Cruciais do Atlético-MG

A marca de um mês da chegada de Jorge Sampaoli ao comando técnico do Atlético-MG, nesta quinta-feira, representa um período de intensa dedicação. Durante esses trinta dias, o treinador argentino empreendeu um esforço concentrado para assimilar a complexa dinâmica atual do Galo, restabelecer conexões com figuras conhecidas e, primordialmente, focar na reabilitação de seus atletas. Nossa apuração detalha os meandros desse primeiro ciclo, os obstáculos iminentes e os progressos notáveis sob sua gestão.

Sampaoli no Galo: Imersão Total e os Primeiros Sinais de Mudança

A imersão de Sampaoli no universo atleticano foi literal. Praticamente todo o mês inicial foi vivido na Cidade do Galo, ao lado de sua equipe técnica. Desde sua chegada ao Centro de Treinamento, em 4 de agosto, o técnico permaneceu no local até o último sábado, dia 27, quando se mudou para a residência alugada na região da Pampulha. Sua família, composta pela esposa e pelos dois filhos nascidos no Brasil, também já se estabeleceu em Belo Horizonte.

Nos dias iniciais, o comandante dedicou-se a uma análise aprofundada da estrutura do clube, buscando compreender o funcionamento de cada setor e identificar as melhores estratégias para potencializar o desempenho do elenco e alcançar os objetivos traçados. Uma de suas maiores prioridades foi a restauração da confiança e do moral dos jogadores, um trabalho que contou com o apoio essencial do departamento de psicologia do Atlético.

Foto: (Pedro Souza / Atlético-MG)

Estratégia Pessoal e a Influência da Massa Atleticana

A abordagem de Sampaoli e sua comissão estendeu-se a encontros personalizados com os atletas. Nessas sessões, foram apresentados o modelo de jogo e a metodologia de trabalho, ao mesmo tempo em que se abriu espaço para a escuta ativa dos jogadores. Adicionalmente, o elenco passou a receber, via celular, análises individualizadas em vídeo sobre desempenhos em partidas e treinamentos, acompanhadas de dados detalhados sobre os adversários, incluindo suas táticas e as responsabilidades específicas de cada atleta em campo. Tais iniciativas visaram fortalecer o senso de pertencimento e engajamento coletivo.

A significativa mobilização da torcida atleticana em prol da vinda de Sampaoli também foi um fator relevante apurado por nossa equipe. Mesmo antes de seu nome alcançar consenso na diretoria do Atlético, uma parcela considerável dos aficionados já o apontava como a escolha ideal. Esse apoio fervoroso tem sido percebido e valorizado pelo técnico ao longo de seu primeiro mês.

A Evolução do Perfil e o Planejamento de Longo Prazo no Atlético-MG

A avaliação interna, no âmbito da cúpula do clube, é igualmente positiva. Fontes revelam uma notável sintonia entre o treinador, a diretoria de futebol e toda a comissão técnica, sob a coordenação de Gabriel Andreata. A própria evolução de Sampaoli, demonstrando maior flexibilidade na condução diária, é um aspecto que merece destaque.

O Sampaoli de 2020 parece ter dado lugar a uma versão mais adaptada. O técnico tem mantido diálogos constantes com Paulo Bracks e Victor Bagy, visando ao planejamento estratégico que se estende até 2026. Embora ainda não tenha sido discutida a indicação de nomes específicos para reforços, um plano preliminar para o futuro já está em desenvolvimento.

Desempenho em Campo: Táticas Variáveis e os Desafios do Elenco

Uma característica marcante deste início de trabalho, ecoando sua passagem anterior em 2020, é a ausência de repetição de escalações. As constantes modificações táticas e de formação são uma tendência sob o comando de Sampaoli. Nos sete jogos disputados, o Galo registrou o seguinte desempenho:

Nos sete compromissos iniciais, Sampaoli utilizou 23 jogadores do plantel. O técnico tem enfrentado o desafio de lidar com desfalques decorrentes de lesões e suspensões. Cuello, Alexsander e Junior Santos, por exemplo, figuram entre os atletas que foram encaminhados ao departamento médico após sua chegada. Abaixo, a lista dos atletas que entraram em campo sob o comando do argentino:

O Veredito dos Comentaristas: Pontos Fortes, Obstáculos e o Caminho para a Consistência

A comentarista Jéssica Cescon, da Globo, expressou sua visão sobre os desafios enfrentados:

"Sampaoli tá enfrentando uma dificuldade que eu acho que ele não imaginava que passaria para encaixar esse time. Ele tem mexido, mudado o posicionamento do Scarpa, construir um pouco mais, mas o time não consegue construir. Não é por falta de entrega dos jogadores, ou acreditar no plano do treinador, me parece que os jogadores perderam tanta confiança que tá difícil de o Sampaoli resgatar agora."

Em contrapartida, Henrique Fernandes, colega comentarista da mesma emissora, apontou uma elevação no desempenho individual de determinados atletas:

"Alguns jogadores melhoraram o bom nível que já estavam, caso de Gustavo Scarpa. O Bernard tem uma recuperação muito clara. Alguns caras que estão ganhando protagonismo dentro do elenco, o caso do Vitor Hugo por exemplo. Tenho gostado muito do Igor Gomes também da forma versátil que ele pode jogar."

Fernandes também projetou o futuro imediato, indicando que:

"Acho que Sampaoli vai encontrar um bom ponto de partida para fechar esse ano, e ai sim no ano que vem fazer as correções de janela e potencializar os jogadores nas funções específicas que ele pensa."

Ele complementou, delineando os principais obstáculos:

"Primeiro desafio é tornar o time consistente e confiável jogando na Arena MRV. A questão é sequência de jogos, ele tem pouco tempo para preparar o time. Dificilmente vai conseguir achar os 11 ideais e manter o time."