Sampaoli Assume o Atlético-MG: Quarto Técnico da SAF Busca Estabilidade Duradoura

Jorge Sampaoli iniciou suas atividades no Atlético-MG nesta quarta-feira (3), marcando sua segunda passagem pelo clube. A escolha do treinador argentino pela diretoria surge como uma tentativa de reorientar a trajetória do time na temporada, após uma série de resultados insatisfatórios e desafios internos. Sua chegada, contudo, é mais do que um simples retorno; ela sublinha um padrão recente na gestão do futebol atleticano.

Sampaoli se torna o quarto profissional a comandar o Galo desde a oficialização da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ocorrida em meados de 2023. Mais especificamente, ele é o terceiro técnico contratado diretamente sob a égide dessa nova administração. Este número, por si só, já aponta para uma volatilidade no comando técnico que a SAF parecia determinada a mitigar.

Com um contrato que se estende por mais de dois anos, a expectativa em torno de Sampaoli é que ele, finalmente, consiga implementar um projeto de longo prazo. Uma análise do período sob a gestão da SAF revela que nenhum treinador anterior permaneceu à frente da equipe por mais de nove meses, indicando uma dificuldade em consolidar um trabalho contínuo e consistente.

A Volatilidade no Banco de Reservas da SAF Atleticana

O período mais extenso de um técnico na 'era SAF' foi com Luiz Felipe Scolari. Felipão, que já estava no comando do Galo quando a SAF foi instituída ? sendo, portanto, o único do quarteto a não ser contratado por ela ?, permaneceu por nove meses. Durante sua gestão, o pentacampeão mundial conduziu a equipe a uma disputa acirrada pelo título brasileiro de 2023, mas sua demissão se concretizou no início do ano seguinte, evidenciando a busca incessante por resultados imediatos.

Os outros dois antecessores de Sampaoli na gestão da SAF tiveram um tempo de permanência idêntico: oito meses cada. Gabriel Milito, por exemplo, esteve à frente do time durante a maior parte do Campeonato Brasileiro de 2024, período em que o Atlético-MG enfrentou uma dura batalha para evitar o rebaixamento. Apesar de ter levado a equipe até as rodadas finais, sua saída ocorreu antes da partida decisiva da competição.

Cuca, o nome mais recente antes de Sampaoli, assumiu o comando no início de 2025 e obteve a conquista do Campeonato Mineiro. Contudo, a persistente instabilidade no desempenho do time no Brasileirão e a eliminação para o Cruzeiro nas quartas de final da Copa do Brasil culminaram em sua demissão, pavimentando o caminho para a chegada do técnico argentino.

Retrospecto dos Comandantes na Era SAF

Para ilustrar a rápida sucessão de técnicos no Atlético-MG sob a gestão da SAF, apresentamos um resumo:

Os Desafios Multisetoriais da Gestão Atleticana

A missão de Jorge Sampaoli transcende o campo de jogo. Ele assume a responsabilidade de consolidar o tão almejado trabalho de longo prazo para uma SAF que, por sua vez, tem enfrentado seus próprios dilemas. Estes desafios abrangem desde complexas questões relacionadas à dívida expressiva do clube até problemas mais recentes, como os atrasos salariais, que, embora já tenham sido sanados, refletem a complexidade da atual fase administrativa.

A expectativa agora se volta para a estreia oficial de Sampaoli no comando técnico do Atlético-MG. Este momento crucial está agendado para o dia 11, na segunda partida das quartas de final da Copa do Brasil, em um confronto decisivo contra o arquirrival Cruzeiro. A partida será um teste imediato para a capacidade do novo treinador de imprimir sua filosofia e trazer a tão necessária estabilidade.