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Réver e o Inédito Confronto Contra o Atlético-MG em Nova Função: De Ídolo a Adversário
Por Redação FutGalo em 16/11/2025 10:11
O nome de Réver está gravado de forma indelével na rica história do Atlético Mineiro. Reconhecido como o atleta com o maior número de troféus erguidos pelo clube e um verdadeiro ícone para a torcida, o ex-zagueiro já protagonizou embates contra o Galo em diversas ocasiões, defendendo outras camisas em campo. Contudo, o próximo domingo, dia 16 de junho, reserva um capítulo singular nesta trajetória, pois ele encarará o Alvinegro em uma capacidade inteiramente nova: a de auxiliar técnico.
Atualmente integrando a comissão técnica do Red Bull Bragantino, Réver ocupará o banco de reservas durante o confronto entre o Massa Bruta e o Atlético-MG. A partida está agendada para as 19h, no estádio Cícero de Souza Marques, e é válida pelo Campeonato Brasileiro. Este será um momento de reencontro carregado de simbolismo para o antigo capitão.
O ex-atleta expressou abertamente seus sentimentos em relação ao clube mineiro e o desafio profissional que se apresenta. "O Atlético é o clube da minha trajetória como atleta em que eu mais fui vencedor. Devo muitas coisas ao Atlético pela minha carreira, por ter me projetado também no futebol e colocado numa prateleira acima. É um clube que tenho muito carinho, muito respeito", declarou.
Apesar do profundo apreço, a natureza do profissionalismo prevalece. "Mas a gente sabe que a partir do momento que inicia a partida, você vai defender o seu e é assim que a vida funciona. Até porque hoje o meu ganha-pão depende muito aqui do Red Bull. Não tenho dúvida que vai ser um dia, uma data especial. Depois que eu encerrei minha carreira nessa nova função, vai ser a primeira vez que eu enfrento o Atlético. Tenho lá amigos, grandes amigos, como atleta ainda, profissionais da comissão técnica que foram meus comandantes", acrescentou, delineando a complexidade emocional do evento.
A Virada na Carreira: De Capitão a Estrategista
Réver chegou à equipe de Bragança Paulista no final de outubro do ano anterior, assumindo a posição de auxiliar técnico de Vagner Mancini, que foi contratado para substituir Fernando Seabra. Desde então, o time do Massa Bruta disputou três partidas sob essa nova direção. A estreia foi marcada por uma derrota para o Bahia, um adversário que se mostrava bastante forte, seguida por vitórias consecutivas sobre Corinthians e São Paulo nas rodadas seguintes.
O ex-zagueiro refletiu sobre o período inicial na nova função e os resultados alcançados. "A gente assume em um momento delicado, podemos dizer assim, do Red Bull no campeonato. Tivemos uma estreia diante do Bahia, que vem sendo muito forte. Tivemos um primeiro tempo extremamente diferente do que era visto aqui no Red Bull, com grande chance, de repente, de ter liquidado a partida no primeiro tempo. Não conseguimos eliminar possíveis danos depois no segundo tempo. Depois, a gente vem em uma sequência de dois jogos diante de dois gigantes, Corinthians e São Paulo, onde conseguimos vencer e colocar o Bragantino numa situação um pouco melhor na competição", pontuou.
Apesar dos avanços, Réver mantém uma visão crítica sobre o desempenho atual da equipe. "Sabemos que precisamos ainda evoluir, que precisamos vencer mais jogos para buscar o objetivo, que é a classificação para a Sul-Americana. Temos grandes concorrentes, mas sabemos que é possível pelo que o elenco vem demonstrando nesses jogos", completou, indicando a necessidade de consistência para atingir as metas estabelecidas.
O Legado Campeão e a Transição Planejada
A trajetória de Réver com a camisa alvinegra é repleta de glórias. Com mais de 300 atuações, a maioria delas como capitão, ele se consolidou como o jogador com mais títulos conquistados pelo Atlético-MG, totalizando 12 troféus. Entre as conquistas mais emblemáticas está a Copa Conmebol Libertadores de 2013, que o elevou ao status de ídolo incontestável do clube.
Confira os feitos notáveis de Réver pelo Atlético-MG:
| Feito | Detalhe |
|---|---|
| Jogos | Mais de 300 partidas |
| Títulos | 12 (maior campeão do clube) |
| Destaque | Capitão em muitas conquistas |
| Troféu Notável | Copa Libertadores 2013 |
Ao final de 2023, aos 38 anos, Réver optou por encerrar sua carreira como zagueiro, um movimento cuidadosamente planejado. "Eu tentava planejar a minha aposentadoria e acabou saindo como eu planejei. Comecei a fazer as licenças necessárias para a nova função. Ainda em atividade, como jogador, eu estudei, fui aperfeiçoando. Eu tinha o objetivo de parar em alto nível, em grande clube. E pude ser privilegiado, onde o meu planejamento saiu de acordo com o que eu desejava. Acabei terminando a minha carreira no Atlético, podemos dizer, em alto nível", afirmou, destacando a concretização de um objetivo pessoal.
Após pendurar as chuteiras, Réver permaneceu no Atlético-MG por um breve período, atuando como coordenador de transição. No entanto, sua estadia nesta função foi curta. Quatro meses depois, recebeu o convite de Vagner Mancini para integrar sua comissão técnica como auxiliar, um passo decisivo em sua aspiração de se tornar treinador no futuro.
A Parceria Histórica com Vagner Mancini
O convite de Vagner Mancini, em 2024, para integrar a equipe técnica no Goiás, não apenas marcou um avanço na carreira de Réver , mas também possibilitou o reencontro com um treinador de grande importância em sua formação. A conexão entre os dois profissionais remonta aos tempos do Paulista de Jundiaí, onde juntos conquistaram um título que se tornou um marco para ambos: a Copa do Brasil de 2005. Para Réver , foi a primeira conquista nacional como jogador, enquanto para Mancini, representou uma das mais significativas como treinador.
Réver relembrou a influência de Mancini em sua trajetória: "O Mancini foi o treinador que me lançou também no futebol profissional. E ele está fazendo parte dessa minha transição também, para o que eu penso futuramente para a minha carreira. Passa um filme pela minha cabeça, de que eu estou diante de uma pessoa espetacular. Não só como pessoa, mas como profissional também, de alto nível. Vai agregar muito para mim, na minha trajetória", declarou, enfatizando a relevância dessa parceria.
O ex-zagueiro também destacou a dificuldade e o valor daquela conquista de 2005. "Eu costumo dizer que na minha carreira, na minha trajetória do futebol, esse foi o título mais difícil que eu tive (da Copa do Brasil de 2005). Pelo fato de ganhar em um clube de pequeno porte no cenário do futebol. Eu posso estar enganado ou equivocado, mas o Paulista desses clubes a vencer a Copa do Brasil foi um dos últimos. Depois do Paulista, não se escutou mais outras zebras, podemos dizer assim, vencendo a Copa do Brasil. Isso demonstra o quão difícil é e o quão difícil está se tornando para que tenha essa zebra. Você vencer com clubes que têm um forte nome no cenário do futebol é difícil. Agora, você imagina vencer em um clube que não tem tanta tradição, se torna muito mais difícil. Então, é algo que tem que ser valorizado", ressaltou, sublinhando a singularidade do feito.
Horizontes Profissionais: Sonhos e Realidade no Red Bull
Com a ambição de se tornar um treinador de futebol, Réver reconhece que tem acumulado aprendizados cruciais neste estágio inicial de sua carreira como auxiliar técnico. Sua experiência no Red Bull Bragantino, em particular, tem sido fonte de grande satisfação e conhecimento.
"Se eu falar que eu não estou feliz em um clube como o Red Bull, eu vou estar mentindo para você. O que o Red Bull proporciona para os seus atletas, para os seus profissionais, para os seus funcionários, é algo surreal do futebol. A minha projeção, sem sombra de dúvida, é ter vida longa aqui, aproveitar o máximo, aproveitar o staff ao máximo para agregar para o que eu penso futuramente. Até porque, em tão pouco tempo de Red Bull, eu vejo que o que se tem aqui é o que se tem de melhor no cenário do futebol. Então, a partir do momento que você está inserido diante dos melhores, você tem que sugar e aproveitar o máximo para que possa agregar para a sua vida, para a sua carreira", comentou, evidenciando o valor da estrutura e do ambiente profissional que encontrou.
A oportunidade de trabalhar em um clube com a infraestrutura do Red Bull é vista como um privilégio. "Se eu pudesse escolher hoje um lugar para se trabalhar e poder ser remunerado ainda, seria no Red Bull. Eu estou sendo muito privilegiado de, em tão pouco tempo, nessa nova fase da minha vida, cair em um clube onde eu não imaginava, não tinha um sonho. Tenho que aproveitar isso, essa oportunidade que eu estou tendo. Não tenho dúvida que eu vou ser muito feliz aqui", completou, projetando um futuro promissor e de sucesso em sua nova jornada profissional.
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