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Prisão de Acionista do Atlético-MG: O Que Muda para o Galo?

Por Redação FutGalo em 19/11/2025 12:13

A Polícia Federal efetuou a prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master e um dos acionistas da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético Mineiro, na última segunda-feira (17). A detenção ocorreu no aeroporto de Guarulhos, no momento em que Vorcaro tentava embarcar em um jato privado para fora do Brasil. Após a intervenção das autoridades, ele foi encaminhado à Superintendência da PF na capital paulista, onde aguarda os desdobramentos legais.

A operação policial insere-se em um inquérito que investiga a suposta emissão de títulos de crédito ilegítimos. Conforme informações da PF, investidores teriam sido persuadidos com a oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que prometiam retornos de até 40% superiores aos índices de mercado. Contudo, o rendimento prometido não se concretizava, o que gerou questionamentos sobre a legalidade das transações financeiras.

Curiosamente, a captura de Vorcaro sucedeu em apenas 24 horas a alienação do Banco Master a um consórcio encabeçado pela Fictor Holding Financeira. Até o momento, o Atlético Mineiro , clube que conta com Daniel Vorcaro entre seus investidores da SAF, optou por não emitir qualquer comunicado oficial, mantendo uma postura de reserva diante do prosseguimento das investigações.

Entenda a Investigação: Alegações e Consequências Iniciais

Em uma análise especializada concedida ao portal ge, o advogado Alberto Goldenstein, presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB/PR, elucidou que o episódio envolvendo Daniel Vorcaro não configura, de forma alguma, um risco desportivo direto ao Atlético Mineiro . Ele ressaltou que a legislação vigente não estabelece penalidades a uma agremiação por questões pessoais ou jurídicas de um de seus acionistas.

?Não existe nenhuma legislação, não existe nada que diga que o Atlético vai acabar perdendo pontos, tendo eliminação, que isso vai interferir na vida do clube. É uma situação do acionista, obviamente que isso interfere na vida empresarial, porque vai macular imagem, vai trazer algumas dores ao Atlético, por causa da imagem de um dos seus investidores vinculado à investigação criminosa. A segunda questão é que vai depender muito do que diz o Estatuto do Atlético, os acordos de acionistas que existem ali, porque, de fato, não se tem um regramento legal que faça com que o Atlético tenha algum prejuízo esportivo ou coisa do gênero?

Essa foi a declaração de Alberto Goldenstein ao ge, enfatizando a distinção entre as responsabilidades individuais do acionista e as obrigações do clube. Ele salientou que, embora a situação possa impactar a reputação empresarial do Atlético devido à associação com um investidor sob investigação criminal, não há base legal para sanções desportivas. A dinâmica interna do clube, como seu estatuto e acordos entre acionistas, seria o único balizador para eventuais medidas.

No tocante ao aporte financeiro de aproximadamente R$ 300 milhões realizado por Vorcaro no Fundo Galo Forte, Goldenstein expressou a avaliação de que este acontecimento dificilmente abalará a estabilidade financeira da SAF. Conforme sua análise, o processo de aquisição das ações foi conduzido em estrita conformidade com as regulamentações aplicáveis, minimizando assim a probabilidade de consequências jurídicas diretas para a agremiação.

?O próprio Clube Atlético Mineiro, já na sua associação, me parece que tem um compliance muito rígido, que isso pode, inclusive, gerar ali uma discussão de um afastamento desse acionista, uma abertura de uma sindicância, alguma outra situação que possa fazer com que seja minimizado os efeitos que possam vir a atingir o clube, em especial no que se refere à exposição da sua imagem?

O especialista concluiu, sugerindo que o rigoroso sistema de compliance do próprio Atlético Mineiro , intrínseco à sua estrutura associativa, poderia inclusive desencadear um processo de afastamento do acionista ou a instauração de uma sindicância. Tais medidas visariam mitigar eventuais impactos negativos, sobretudo no que concerne à imagem pública do clube.

A Blindagem do Galo: Análise Jurídica e Financeira

A detenção de Daniel Vorcaro pela Polícia Federal desenrola-se em um contexto de investigação mais ampla, que abrange os fundos empregados por ele para ingressar na SAF do Atlético. Esta vertente investigativa, desdobramento da Operação Carbono Oculto, busca determinar se uma parcela do capital investido possui conexão com atividades de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio supostamente vinculadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entre os anos de 2023 e 2024, o empresário aportou aproximadamente R$ 300 milhões, fracionadamente, para adquirir 20,2% da SAF, consolidando-se como um dos investidores-chave do Atlético. Contudo, o clube não figura como objeto de investigação por parte do Ministério Público e mantém sua posição de desconhecimento acerca de quaisquer irregularidades. A atual composição acionária da Galo Holding é liderada pela família Menin, seguida pela Associação do clube e, então, por Daniel Vorcaro.

O Que a Operação Carbono Oculto Revela sobre os Investimentos na SAF

Acionista Participação na Galo Holding
Família Menin Liderança
Associação do Clube Segunda maior fatia
Daniel Vorcaro 20,2%

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Paulo

Paulo

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Comentado em 19/11/2025 16:30 Vamos acompanhar tudo e manter o foco no campeonato.
Daniel

Daniel

Nível: Semipro

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Comentado em 19/11/2025 14:20 É preocupante ver o investidor envolvido, mas o Galo não pode parar por isso, vamos ser firmes.
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