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Reinier no Atlético-MG: A Decisão Final da Aposta de R$ 136 Milhões

Por Redação FutGalo em 18/11/2025 20:21

Em novembro de 2025, o Atlético Mineiro se vê diante de um dos seus mais intrigantes desafios: a consolidação de Reinier. O meia-atacante, revelado pelo Flamengo e que teve uma passagem decepcionante pela Europa, agora com 23 anos, enfrenta no futebol brasileiro a temporada de sua "segunda chance". Contratado como uma aposta milionária da SAF, ele se tornou um símbolo da busca atleticana por talentos de alto nível, ao mesmo tempo em que personifica a incerteza sobre o retorno de um investimento tão significativo.

Reinier, o típico camisa 10 com condução elegante, passe vertical e uma notável leitura de espaços, assumiu no Galo a função de articulador central. Em um elenco taticamente exigente, sua técnica refinada contrasta frequentemente com uma oscilação tanto emocional quanto física, um padrão que acompanha sua carreira desde a precoce ida para o Real Madrid. Na reta final do Brasileirão 2025, o jogador vive um momento crucial, alternando atuações de brilho com partidas onde sua presença é quase imperceptível. Este cenário acende um intenso debate entre torcedores e especialistas, dividindo opiniões sobre o que esperar do futuro do atleta.

Para uma parcela considerável da Massa, Reinier permanece um enigma a ser desvendado, um talento bruto que, para florescer plenamente, demanda tempo e paciência. Para outros, a preocupação se instala, questionando se o investimento valerá a pena. É nesse contraste de esperança e ceticismo que a trajetória de Reinier se desenha como uma das narrativas mais fascinantes e complexas do cenário futebolístico brasileiro atual.

A Ascensão Meteórica e o Sonho Europeu Interrompido

A história de Reinier começou a ser escrita com letras maiúsculas na base do Flamengo, onde emergiu como a principal joia após as vendas de Vinicius Jr. e Lucas Paquetá. Sua ascensão foi explosiva: integrado ao elenco profissional em 2019, ele se tornou uma peça importante na equipe multicampeã de Jorge Jesus. Sua estreia ocorreu na épica classificação contra o Emelec, pela Copa Libertadores, e rapidamente chamou a atenção por uma maturidade tática incomum para sua idade, além de uma presença decisiva em jogos de grande relevância.

Seu estilo de condução longa, capacidade de aceleração e a chegada efetiva à área adversária encaixavam-se perfeitamente no esquema rubro-negro. Durante o Campeonato Brasileiro de 2019, o jovem meia marcou seis gols e distribuiu duas assistências, consolidando-se como uma das promessas mais valiosas do futebol sul-americano. O inevitável aconteceu: antes mesmo de completar 18 anos, o Real Madrid o adquiriu por 30 milhões de euros, o equivalente a R$ 136 milhões na época, e a imprensa europeia chegou a compará-lo a Kaká, devido à sua elegância e movimentos fluidos.

Principais Marcos da Carreira de Reinier
Fase da Carreira Clube/Contexto Detalhes Relevantes
Flamengo (2019) Ascensão 6 gols, 2 assistências no Brasileirão
Real Madrid (2020) Transferência ?30 milhões (R$ 136 milhões)
Borussia Dortmund (2020-2022) Empréstimo 745 minutos em 39 jogos
Atlético-MG (2025) Retorno 1 assistência (até o momento)

A Odisseia Europeia: Empréstimos e a Narrativa da Promessa Perdida

Os quatro anos que se seguiram na Europa foram marcados pela incapacidade de Reinier se firmar no Real Madrid. Ele foi emprestado sucessivamente a Borussia Dortmund (Alemanha), Girona (Espanha) e Frosinone (Itália), sem jamais conseguir a sequência de jogos necessária para desenvolver seu potencial. O período no Dortmund, entre 2020 e 2022, serviu como o primeiro sinal de alerta. Em um time repleto de jovens talentos disputando espaço, o meia teve poucos minutos em campo ? apenas 745 em 39 partidas ? e enfrentou sérias dificuldades de adaptação ao ritmo intenso da Bundesliga. Sem continuidade, ele se viu relegado a um papel secundário.

Posteriormente, as passagens por Girona e Frosinone, embora representassem novas tentativas de afirmação, seguiram um roteiro semelhante. Lesões recorrentes, a ausência de uma sequência consistente e a percepção de que não era uma prioridade para os treinadores minaram progressivamente sua confiança. A soma desses fatores construiu a narrativa de ?promessa perdida? que passou a acompanhá-lo. Após tantas idas e vindas, tornou-se evidente que o jovem necessitava de um recomeço distante da pesada sombra do Real Madrid, e o retorno ao Brasil surgiu como o destino mais viável para reconstruir sua carreira.

O Retorno ao Brasil: Expectativa, Adaptação e o Desafio Tático no Galo

Em agosto de 2025, o Atlético-MG concretizou a contratação de Reinier, enxergando nele a grande aposta da SAF para preencher a lacuna de um ?camisa 10?. A negociação, que envolveu um risco financeiro considerável para repatriá-lo, foi tratada como estratégica pela diretoria atleticana. O clube acreditava firmemente que poderia recuperar um talento bruto que, embora desgastado pelo mercado europeu, não havia sido destruído. Ao superar a concorrência de outros clubes brasileiros, o Galo fez uma aposta ousada: oferecer ao atleta um ambiente estável e competitivo para que ele pudesse renascer.

A torcida recebeu a contratação com um misto de entusiasmo e apreensão. Por um lado, havia a satisfação de ver o clube trazer um jogador formado em um rival e resgatar um talento que o futebol brasileiro havia deixado escapar cedo demais. Por outro, persistia o receio de que os problemas enfrentados na Europa se repetissem em solo nacional. A chegada de Reinier, portanto, combinou uma grande expectativa com uma dose inevitável de desconfiança, algo natural diante de sua trajetória recente.

Atualmente, Reinier é titular no setor de criação e registra números razoáveis, com uma assistência, mas sua performance é marcada por uma notável irregularidade. Ele demonstra flashes de brilhantismo em uma partida, para depois ?desaparecer? nas três seguintes, o que naturalmente gera frustração em parte da torcida. Do ponto de vista tático, o meia tem encontrado dificuldades para se adaptar ao sistema intenso e agressivo de Jorge Sampaoli. O treinador exige pressão alta e participação ativa sem a bola, aspectos que o camisa 10 ainda não domina plenamente. Em diversas partidas, é possível observar uma clara diferença entre o dinamismo coletivo da equipe e o estilo mais cadenciado do jogador, o que tem gerado atritos e discussões sobre seu encaixe.

A Polêmica da "Raça" e o Futuro Incerto no Alvinegro

A polêmica em torno de Reinier se intensificou ao longo da temporada, com muitos torcedores questionando a falta de ?raça?. Seu estilo elegante, de poucos gestos e muita técnica, é frequentemente interpretado erroneamente como desinteresse, especialmente em jogos decisivos e clássicos, onde a Massa exige energia máxima e entrega total. Surge, então, um debate polarizado entre os analistas: o problema é fundamentalmente tático, com o atleta sendo utilizado em funções inadequadas para suas características, ou é de natureza psicológica, fruto do peso emocional do fracasso europeu que ainda não foi superado? A resposta, por enquanto, parece residir em um complexo meio-termo, sem uma única causa evidente.

Reinier, por sua vez, reconhece publicamente a dificuldade de readaptação ao futebol brasileiro, mas expressa gratidão ao Atlético-MG pela oportunidade e solicita paciência para retomar seu melhor nível. Em uma entrevista recente, o meia fez questão de destacar os desafios físicos inerentes ao seu retorno ao país:

"O futebol brasileiro hoje é muito intenso, talvez mais do que na Europa. Estou me readaptando"
, afirmou, demonstrando consciência de sua própria oscilação. Ele também fez questão de reiterar sua gratidão ao clube e à torcida:
"Sou muito grato ao Galo por ter aberto as portas para mim. A torcida tem o direito de cobrar, mas estou focado em ajudar o time a vencer"
, disse, em uma tentativa de acalmar a relação com a Massa.

O discurso do jogador revela humildade e ambição, dois ingredientes essenciais para quem luta para reconstruir uma carreira. Dentro do clube, a percepção é de que Reinier demonstra um bom empenho nos treinamentos e internamente, mas o grande desafio reside em transformar esse esforço em constância e desempenho efetivo nos jogos. Apesar de possuir um contrato vigente até dezembro de 2029, o futuro de Reinier no Atlético-MG ainda permanece indefinido. Ele precisa provar, de forma contundente, que pode ser o líder técnico do time em 2026. Caso contrário, o Galo poderá considerar opções como um novo empréstimo ou até mesmo uma venda antes do término de seu contrato, dadas as altas expectativas e o investimento realizado.

O meia vive agora o desafio mais complexo de sua trajetória: provar que não é apenas um vulto do que prometeu ser, mas um jogador real, capaz de suportar expectativas e transformar talento em desempenho contínuo. Seu futuro imediato está intrinsecamente ligado ao desfecho desta temporada. A história de Reinier é, por natureza, um estudo de contrastes: o menino prodígio que encantou no Flamengo, naufragou no exigente futebol europeu e encontrou no Atlético-MG um porto seguro para tentar renascer. Simultaneamente, é a história de um clube que aposta alto em sua recuperação, acreditando firmemente que ainda existe um grande jogador a ser lapidado.

O Galo precisa demonstrar que é capaz de revitalizar talentos desgastados, enquanto o jovem precisa provar que ainda é muito mais do que uma promessa cara. A relação entre ambos é, portanto, uma equação de alto risco e muita esperança, e o ano de 2025 se apresenta como o ponto de equilíbrio dessa balança. Resta saber: Reinier conseguirá finalmente se libertar da sombra das expectativas e se tornar o protagonista que o Atlético-MG tanto necessita? Ou sua passagem pelo Galo será mais um capítulo frustrante na carreira daquele que um dia foi considerado a maior joia de sua geração?

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