- FutGalo
- Cuiabá Refuta Rafael Menin com Provas ao Banco Central: Implicações para SAFs e Dívidas no Futebol
Cuiabá Refuta Rafael Menin com Provas ao Banco Central: Implicações para SAFs e Dívidas no Futebol
Por Redação FutGalo em 09/06/2025 14:51
O ponto central da controvérsia financeira envolvendo o Cuiabá Esporte Clube e o Banco Inter, uma instituição intimamente associada a Rafael Menin, um dos influentes acionistas da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG, acaba de ser definitivamente esclarecido. Contrariando as recentes declarações de Menin, que rotulou a demanda do clube mato-grossense como "inverídica", a diretoria do Cuiabá apresentou provas inequívocas de que o Banco Inter foi formalmente notificado e, crucialmente, respondeu à queixa protocolada junto ao Banco Central do Brasil.
O empresário atleticano havia afirmado publicamente no último sábado que ?não houve notificação oficial ou trâmite junto ao Banco Central? referente à contestação iniciada pelo Cuiabá. Contudo, a documentação agora tornada pública demonstra cabalmente o oposto. Este confronto de narrativas revela a complexidade e a transparência exigidas nas transações financeiras do futebol moderno, especialmente aquelas que envolvem grandes grupos econômicos e suas ramificações.
A Verdade Revelada pelo Banco Central
Em um ofício oficial, com o timbre do próprio Banco Inter e endereçado ao Cuiabá Esporte Clube, confirma-se que a instituição financeira recebeu a notificação por intermédio do Canal da Reclamação do Banco Central. Os códigos de manifestação (2025483456) e de protocolo de ouvidoria (250519215032331) foram devidamente registrados, atestando a seriedade e a formalidade do procedimento. O tema do documento é inequívoco: ?Resposta à notificação ? Suposta infração à Resolução CMN nº 4.970/2021?.
Isso significa que o Banco Inter, de fato, se pronunciou formalmente sobre a reivindicação apresentada pelo clube mato-grossense. Embora o conteúdo específico da resposta não tenha sido divulgado, a existência e a formalidade do trâmite são irrefutáveis e contrastam diretamente com a narrativa previamente veiculada. A instituição, reitera-se, possui laços com Rafael Menin, acionista da SAF do Atlético-MG.
O processo foi devidamente cadastrado no sistema do Banco Central em 2 de junho de 2025, às 18h30, respeitando o prazo estabelecido pelo órgão regulador. A consulta ao portal de acompanhamento de demandas do BC, acessível a qualquer cidadão, permite verificar o percurso da queixa, registrada sob o número 2025/483456, vinculada ao CNPJ do Cuiabá Esporte Clube. O histórico detalhado confirma o registro em 19 de maio de 2025, o encaminhamento subsequente ao Banco Inter e a resposta dentro do limite temporal, culminando no encerramento do acompanhamento da demanda pelo Banco Central.

As Raízes do Impasse e a Resolução CMN
O cerne dessa intrincada disputa reside na aquisição do atacante Deyverson pela SAF do Atlético-MG. A alegação do Cuiabá é que essa transação ocorreu sem a devida quitação de débitos anteriores que o clube mineiro possuía com o time mato-grossense. Diante dessa situação, o Cuiabá optou por uma medida de alta relevância: acionar o Banco Central. O argumento central é que o Banco Inter, na condição de acionista com influência significativa sobre a SAF atleticana, poderia ter violado a Resolução CMN nº 4.970 do Conselho Monetário Nacional. Tal resolução estabelece as diretrizes para a relação entre instituições financeiras e as empresas sob sua égide ou controle, visando coibir conflitos de interesse e garantir a integridade do sistema financeiro.
A iniciativa do Cuiabá não passou despercebida, motivando uma apuração formal por parte do Banco Central, conforme noticiado previamente em 29 de maio. Naquela ocasião, o processo já estava sob análise, e a instituição acusada, o Banco Inter, tinha até 2 de junho para apresentar sua resposta, prazo que foi devidamente cumprido, conforme demonstram os documentos.
Implicações e o Futuro das SAFs no Futebol
A expectativa, neste momento, concentra-se na decisão final do Banco Central sobre o mérito do caso. Se as alegações apresentadas pelo Cuiabá forem consideradas procedentes, este episódio poderá estabelecer um marco significativo. Um veredito favorável ao clube mato-grossense abriria um precedente importante em relação à responsabilidade de instituições financeiras que investem em Sociedades Anônimas do Futebol, especialmente quando há pendências financeiras preexistentes do clube investido que não foram devidamente regularizadas. Isso poderia redefinir o panorama de governança e compliance para as SAFs no Brasil.
Este caso, que transcende a esfera meramente esportiva, sublinha a urgência de uma maior transparência e rigor nas operações financeiras que envolvem clubes de futebol e seus investidores. A dívida acumulada por diversos clubes brasileiros com o Cuiabá, que ultrapassa os R$ 40 milhões ? envolvendo nomes como Corinthians, Santos, Grêmio e o próprio Atlético-MG ?, é um sintoma de um problema sistêmico que exige atenção e, acima de tudo, soluções eficazes para garantir a integridade e a sustentabilidade do esporte, assegurando que o fair play financeiro seja uma realidade e não apenas uma aspiração.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros