Cuca e o Atlético: Análise Profunda do Empate na Sul-Americana e Cobranças Internas

O Atlético Mineiro protagonizou um desfecho aquém das expectativas na Arena MRV, na última quinta-feira (29). Diante do Cienciano, em um confronto decisivo pela fase de grupos da Copa Sul-Americana, o empate em 1 a 1 deixou um gosto amargo. Embora o Galo tenha inaugurado o placar com Lyanco, a vantagem foi rapidamente anulada, e a equipe não demonstrou capacidade de reverter o cenário adverso.

O zagueiro Lyanco personificou a dualidade da partida, transitando entre o êxito e o infortúnio. Responsável por abrir o placar, o defensor, minutos depois, cometeu a infração que resultou no pênalti, permitindo que a equipe peruana igualasse o marcador. Este resultado selou a liderança do Cienciano no Grupo H.

Com os 9 pontos somados, o Atlético Mineiro encerrou sua participação na fase de grupos na segunda posição, um ponto atrás do líder Cienciano. Tal desempenho impediu a classificação direta para as oitavas de final da Copa Sul-Americana, obrigando o elenco comandado por Cuca a enfrentar os desgastantes playoffs para avançar na competição.

A Decepção de Cuca e a Assunção de Responsabilidade

Na coletiva de imprensa pós-jogo, o técnico Cuca não hesitou em assumir a total responsabilidade pelo resultado e pelo desempenho que gerou uma enxurrada de críticas por parte dos torcedores. O treinador expressou particular preocupação com a atitude do time na etapa final, destacando que as substituições realizadas não surtiram o efeito desejado.

?Sim, claro que assumo. Mas você faz um primeiro tempo bom, bem jogado, no segundo tempo não faz bem. As mexidas são boas quando o jogador entra bem, quando entra mal são ruins. E hoje a grande maioria entrou mal. Não é má vontade, mas entraram mal. Se entram bem e dão outra dinâmica para o jogo, reacende a equipe?

O comandante do Galo foi direto em suas palavras, evidenciando a falta de impacto das novas peças em campo.

Foto: (Divulgação)

Cobranças Internas e a Busca por Alternativas

Cuca reforçou a prerrogativa do técnico em absorver a pressão, mas não isentou os atletas da necessidade de autocrítica:

?A responsabilidade sempre será minha, não posso vir aqui e pôr a responsabilidade no jogador. Mas eles sabem que podem e devem melhorar, que lances fáceis que estão errando nos custam gols. Precisamos cobrar mais eles, e isso eu vou fazer, e achar alternativas?

Declarou, sinalizando uma postura mais rigorosa e a busca por soluções táticas para os problemas evidentes que têm custado resultados importantes à equipe alvinegra.

A Reação da Torcida e a Autocrítica do Treinador

O descontentamento da massa atleticana também foi um ponto abordado por Cuca, que demonstrou total compreensão e até mesmo concordância com as manifestações de indignação. O técnico não escondeu sua própria frustração diante da situação:

?Eu vejo a torcida triste, machucada, eu vejo a torcida do Atlético assim, eu sinto isso. Para mim dói mais do que qualquer um. Mas não adianta a minha dor, eu tenho que fazer o time jogar. É isso que eles querem de mim, e em um tempo não conseguimos?

Desabafou o treinador, revelando a carga emocional que o resultado impõe e a consciência de que a performance em campo está aquém do que a torcida espera e merece.

Concluindo sua análise, Cuca descreveu o desenrolar da partida, admitindo a falha estratégica em manter a calma após o gol sofrido:

?Fomos penalizados em um jogo nervoso, que deixamos ficar nervosos depois do gol que tomamos em cima da hora. Era um jogo tranquilo, até o momento fácil, sem nenhum chute a gol do adversário. A torcida tem toda razão no que ela falar hoje. Se eu fosse torcedor, faria a mesma coisa?

Reiterou o técnico, endossando a validade das cobranças e o senso de frustração que permeia o ambiente do clube. A autocrítica de Cuca, ao se colocar no lugar do torcedor, sublinha a gravidade da situação e a necessidade urgente de uma mudança de postura para os próximos desafios.