Cuca Defende Prioridade na Copa do Brasil Após Revés do Atlético para o São Paulo

O revés sofrido pelo Atlético diante do São Paulo, no último domingo (24), em partida válida pela 21ª jornada do Campeonato Brasileiro no Morumbi, foi interpretado pelo técnico Cuca como uma manobra estratégica. O comandante alvinegro justificou o resultado adverso como um risco ponderado, delineado pela evidente priorização do confronto vindouro contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil. Cuca não hesitou em declarar abertamente que o certame eliminatório detém primazia, visto seu potencial de pavimentar o acesso à Copa Libertadores de 2026.

Em sua análise pós-jogo, Cuca defendeu a postura adotada, reafirmando a natureza intencional de suas decisões. Ele pontuou:

"São riscos calculados que você tem que correr. O que vai mostrar se está certo ou errado é o futuro. Se acontecer, fizemos certo. Se não, fizemos errado. Eu faria de novo o que fiz. O que fizemos foi calculado. O risco de perder com um time reserva é maior. Saio contente pelo primeiro tempo que fizemos. O segundo não foi desparelho, mas tomamos um gol no final. As medidas que tomamos foram acertadas e agora é mobilizar para quarta-feira"

O treinador, portanto, não apenas aceitou a derrota, mas a inseriu em um contexto maior de planejamento, onde a perspectiva de um futuro sucesso em outra competição justifica o sacrifício imediato.

A ambição do Atlético na Copa do Brasil é palpável, com o clube, já bicampeão, almejando o inédito tricampeonato. Adicionalmente, o Galo mantém-se ativo nas quartas de final da Copa Sul-Americana, em uma jornada rumo a uma conquista que ainda não figura em sua galeria de troféus.

A Lógica por Trás da Priorização de Competições

A conjuntura do plantel atleticano foi outro ponto levantado pelo técnico. Com uma lista extensa de ausências, que incluía nomes cruciais como Hulk, Cuello, Lyanco e Júnior Alonso, a formação que pisou no gramado do Morumbi era notadamente alternativa. A delegação contou com a presença de diversos jovens talentos provenientes das categorias de base, marcando inclusive a estreia profissional de Iseppe.

A justificação de Cuca para as escolhas estratégicas se ancorou na realidade do elenco. Ele ponderou:

"São pouquíssimos os elencos que conseguem disputar três competições sem ter prioridade. Não temos um elenco grande o suficiente para isso, então hoje tivemos que escolher. Precisamos somar o máximo de pontos possíveis no Brasileiro, sem deixá-lo de lado, mas tivemos que fazer essa opção. Temos um ou dois jogos a menos, e todos em casa"

Esta declaração sublinha a percepção de que a gestão de um calendário tão denso, com múltiplas frentes de disputa, impõe a necessidade de um foco seletivo, mesmo com a intenção de não negligenciar o Campeonato Brasileiro, onde o clube ainda possui jogos a menos para disputar em casa.

O Caminho para a Libertadores 2026 e os Desafios do Elenco

A visão de Cuca é clara: a Copa do Brasil representa uma via mais direta para a qualificação à principal competição continental, a Libertadores de 2026. A decisão de preservar atletas e utilizar uma equipe mista no Campeonato Brasileiro reflete a crença de que o benefício a longo prazo, em termos de prestígio e oportunidades financeiras, supera o custo de um resultado adverso em uma rodada específica do torneio de pontos corridos. O desafio agora reside em validar essa estratégia com o sucesso nos confrontos eliminatórios que se avizinham.