Cuca Abre o Jogo: Táticas e Sacrifícios na Classificação do Atlético-MG

A Trama da Vitória: Revelações de Cuca Pós-Clássico

Após o significativo triunfo do Atlético-MG sobre o Flamengo, que garantiu sua classificação na Copa do Brasil, o técnico Cuca trouxe à tona detalhes intrigantes dos bastidores daquela noite decisiva na Arena MRV. O comandante alvinegro abordou desde a concepção de uma mudança tática fundamental até a condição física de atletas cruciais, como Saravia, que precisou de intervenções médicas para estar em campo.

A tensão pré-jogo foi palpável. Geralmente, as escalações das equipes são liberadas uma hora antes do pontapé inicial. Contudo, naquela quarta-feira, o Atlético optou por um certo mistério, divulgando seus onze iniciais cerca de dez minutos após o tempo previsto, e somente depois da confirmação da formação do Flamengo.

Essa delonga foi motivada por testes de última hora realizados no lateral Saravia . Apesar dos esforços, o jogador acabou sendo substituído na escalação inicial por Natanael, embora tenha entrado na partida durante o segundo tempo. Cuca revelou, após a classificação, que o atleta necessitou de duas injeções ao longo do dia para ter condições de jogo.

O Saravia era pra ter ficado até fora do jogo hoje. Tomou uma injeção de manhã, outra à tarde pra estar à disposição

O técnico sublinhou a importância de Saravia para o elenco, mesmo em sacrifício:

Não podemos abrir mão de um jogador da posição, porque a gente sabia que o jogo podia pedir um jogador como ele, com a experiência que ele tem e foi o que aconteceu. Então, ele entrou no sacrifício e também foi muito importante pra nós no aspecto defensivo. Deu uma equilibrada maior na equipe.

O Retorno Estratégico de Guilherme Arana e a Adaptação Tática

Outro lateral que foi escalado e liberado pelo departamento médico foi Guilherme Arana. O treinador explicou a mudança estratégica e os motivos que o levaram a iniciar a partida com o jogador canhoto, destacando a importância de ter um especialista na posição desde o começo.

Com o Arana, a gente fica mais fortalecido. É um jogador da posição, é um jogador que vai te dar o que um lateral dá, não é um improviso. E você tendo esse tipo de jogador a nível seleção 100% como ele estava, você tem que utilizá-lo até onde ele aguentar. Está dentro do processo, porque se eu começo com o Scarpa e depois ponho o Arana, a gente não tem a certeza que ele vai se adaptar ao jogo. O jogador entrando desde o primeiro minuto, a adaptação dele é mais fácil.

A decisão de iniciar com Arana, mesmo recém-liberado, reflete a confiança do técnico na capacidade do atleta de se integrar ao ritmo do jogo desde o apito inicial, evitando riscos de adaptação ao longo da partida.

A Linha de Três e os Segredos Táticos de Cuca

Cuca tem implementado frequentemente o esquema com três zagueiros, uma formação que ele prefere não detalhar em excesso publicamente, por razões estratégicas. Ele, no entanto, compartilhou a motivação por trás de uma das principais diretrizes táticas contra o adversário.

Nós tínhamos que tirar a saída de jogo dos zagueiros do Flamengo, que estavam nos machucando. Não adianta você passar a linha o tempo todo. Um jogo em casa é diferente de jogar fora. Então, a gente tinha que correr algum risco

Ao descrever a funcionalidade da formação, Cuca explicou o ganho tático que ela proporciona ao time. Ele destacou como a configuração com três defensores otimiza o meio-campo e a profundidade dos laterais.

A linha de três é quando a gente monta com o Saravia, você ganha mais o meio campo com o Franco. Quando você faz a saída dele, você ganha mais as laterais, a profundidade dos nossos laterais. Geralmente tem bastante time jogando assim também. E não é muito bom ficar falando, que com certeza os outros treinadores vão ver, ouvir, e daí eles já sabem o que a gente faz também.

Disciplina Rigorosa: Folga Negada e Foco no Próximo Confronto

Após a classificação, no vestiário, os jogadores expressaram o desejo de ter um dia de folga. Contudo, Cuca, com sua postura de disciplina e foco, negou o pedido, reafirmando a necessidade de manter o ritmo de trabalho e preparação.

Eles queriam uma folguinha amanhã. Tudo que eles vêm fazendo e viajando em cima, mas não dá pra dar, a gente tem que trabalhar. Então amanhã cedo a gente tá lá trabalhando e é assim que tem que ser. Às vezes ficam brabo com a gente, mas é o melhor pra gente, não adianta.

A equipe do Atlético Mineiro se prepara agora para o próximo compromisso. O confronto será contra o Vasco, neste domingo, às 16h (horário de Brasília), no estádio São Januário, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.