Bahia decide futuro de Jean Lucas e Atlético-MG busca Fred no exterior

O mercado de transferências brasileiro apresentou um novo capítulo de complexidade para o Atlético-MG. Diante da postura rígida do Bahia em relação ao volante Jean Lucas, a cúpula atleticana foi forçada a recalcular sua rota. O clube mineiro agora direciona suas atenções para o cenário internacional, resgatando o interesse em Fred, meio-campista de 32 anos que atualmente defende as cores do Fenerbahçe, na Turquia.

A mudança de foco ocorre após o Alvinegro encontrar portas fechadas em Salvador. Jean Lucas, que conta com a admiração técnica de Jorge Sampaoli, tornou-se um investimento inviável para os padrões financeiros estipulados pela diretoria mineira. A resistência do Esquadrão de Aço em negociar um de seus principais ativos reflete uma nova realidade do futebol nacional, onde clubes com estabilidade financeira dificultam o fortalecimento de concorrentes diretos.

Fred surge como a alternativa de peso para preencher a lacuna no setor intermediário. O jogador, com vasta experiência na Europa e na Seleção Brasileira, é visto como um nome capaz de elevar o patamar técnico do elenco, embora a transação também demande um esforço administrativo considerável devido ao seu contrato vigente no futebol turco.

O custo proibitivo de Jean Lucas no mercado nacional

A negociação por Jean Lucas travou em um abismo financeiro. O Bahia, respaldado por seu planejamento de longo prazo, estabeleceu cifras que superam o dobro da avaliação de mercado do atleta. Enquanto o valor estimado do volante gira em torno de 12 milhões de euros, o Tricolor baiano não aceita conversar por menos de 25 milhões de euros, uma quantia que o Atlético-MG considerou fora da realidade para o momento.

Abaixo, detalhamos a discrepância entre a avaliação de mercado e a exigência do clube baiano:

Além do fator financeiro, existe uma clara barreira estratégica. O Bahia não demonstra interesse em reforçar um adversário direto nas competições nacionais e continentais. Com a vaga garantida na Copa Libertadores pelo segundo ano consecutivo, a manutenção de peças fundamentais é tratada como prioridade absoluta pela gestão do clube nordestino.

A estratégia do Bahia e o planejamento para 2026

Sob o comando de Rogério Ceni, Jean Lucas consolidou-se como o motor do meio-campo baiano. Sua titularidade absoluta e importância tática fazem dele um pilar para as ambições do clube, que projeta alcançar voos ainda maiores até a temporada de 2026. A inflexibilidade nas conversas demonstra que o Bahia deixou de ser um clube vendedor por necessidade, passando a ditar as regras de suas próprias negociações.

Para o Atlético-MG, a desistência pelo volante é uma medida de prudência financeira. Embora o desejo de contar com o atleta fosse real, o investimento de mais de R$ 160 milhões em um único jogador do mercado interno poderia comprometer a saúde orçamentária da instituição. A busca por Fred na Turquia, portanto, representa uma tentativa de buscar qualidade técnica similar ou superior, possivelmente com condições de negócio mais favoráveis no âmbito global.

O cenário atual obriga o Galo a ser cirúrgico. Com o recuo estratégico em relação a Jean Lucas, a diretoria sinaliza que, embora esteja ativa no mercado, não se sujeitará a valores inflacionados que fujam da responsabilidade fiscal. O desfecho dessa busca agora depende da capacidade de convencimento junto ao Fenerbahçe para repatriar Fred.