Atuações Botafogo vs. Atlético-MG: Análise Crítica dos Jogadores e Notas

O recente embate do Atlético-MG contra o Botafogo trouxe à tona discussões sobre o desempenho individual dos atletas adversários. Em uma partida marcada por reviravoltas e estratégias adaptativas, a avaliação dos jogadores do Alvinegro carioca se mostra crucial para entender a dinâmica do confronto. Este colunista se debruça sobre as performances, destrinchando cada atuação e atribuindo o devido reconhecimento, ou a crítica necessária, aos protagonistas do campo.

Estratégia e Adaptação: A Liderança de Davide Ancelotti

A condução técnica de Davide Ancelotti merece uma análise particular. O primeiro tempo do Botafogo exibiu uma equipe com pouca fluidez criativa, demonstrando certa letargia na construção de jogadas. Contudo, a surpreendente melhora do time com um jogador a menos na segunda etapa é um ponto a ser destacado. A decisão de Ancelotti de não realizar substituições imediatas e manter a estrutura tática inicial, mesmo diante da adversidade da expulsão, revela uma confiança na capacidade de seus atletas de se reorganizarem. Esse mérito tático foi fundamental para a resiliência demonstrada.

A capacidade de um coletivo em se reinventar sob pressão, especialmente em desvantagem numérica, é um indicativo da qualidade da preparação e da liderança no banco de reservas. Ancelotti, ao manter a formação, apostou na inteligência e no esforço de seus comandados, e a resposta em campo foi notável, transformando uma situação potencialmente desfavorável em um teste de caráter superado.

Os Destaques Individuais: Montoro e Santiago Rodríguez

No centro das atenções, Montoro emergiu como um dos pilares do Botafogo. Apesar de um início hesitante, com equívocos em lances simples, o meio-campista rapidamente ajustou seu ritmo e se transformou na principal força ofensiva da equipe. Sua inteligência tática foi evidente ao explorar dribles curtos, especialmente quando o time atuava com um jogador a menos, demonstrando capacidade de reter a posse e criar espaços. A assistência precisa para o gol de Santiago Rodríguez, após uma jogada em que deixou Natanael em desvantagem, coroa uma atuação de grande calibre.

Santiago Rodríguez, por sua vez, vivenciou seu melhor momento desde a chegada ao clube, coroado com seu primeiro gol. Sua infiltração na área e a cabeçada certeira que superou Everson foram cruciais para o placar. Além do gol, o jogador contribuiu com passes progressivos e um notável empenho defensivo, mostrando que sua presença vai além da finalização, agregando valor tanto na construção quanto na proteção da meta.

A Solidez Defensiva e a Luta no Meio-Campo

A linha defensiva do Botafogo apresentou momentos de solidez. Alexander Barboza, com uma nota de 7.0, destacou-se pela interceptação de um chute de Hulk com a cabeça e pela efetiva marcação do camisa 7 do Galo, além de sua força no jogo aéreo. Kaio, também com boa avaliação (6.5), demonstrou iniciativa ofensiva no primeiro tempo e, na segunda etapa, foi vital para a proteção da área, especialmente nas disputas aéreas, com a equipe em desvantagem numérica.

Marçal (6.5) cumpriu sua função defensiva com rigor, dificultando as ações de Natanael e mostrando-se firme nos duelos aéreos. Embora discreto no ataque, seu esforço na primeira metade do campo foi inegável. Léo Linck, o goleiro, obteve notas de 6.0, exibindo segurança nas poucas vezes em que foi exigido, apesar de ter sido advertido por retardar o jogo nos minutos finais.

No setor de meio-campo, Marlon Freitas (6.5) foi um motor, mantendo a posse de bola e fazendo o jogo girar, mesmo com a inferioridade numérica. Sua importância cresceu nos momentos finais, ajudando o Alvinegro a suportar a pressão do Atlético-MG. Newton (7.0) também teve uma atuação robusta, com grande esforço na marcação e fechando espaços, mostrando experiência para acalmar o jogo nos acréscimos, apesar de um lapso onde Hulk e Reinier tabelaram na entrada da área.

Ataque e Sacrifícios: Os Desafios Ofensivos

O setor ofensivo enfrentou seus próprios desafios. Vitinho (4.5) teve um lance inacreditável no primeiro tempo, desperdiçando uma oportunidade clara de gol, mas compensou com um desempenho defensivo eficaz. Cuiabano (6.0) trouxe vigor físico pelos lados do campo, priorizando o auxílio a Marçal na marcação, com raras incursões ofensivas, embora tenha desferido um chute perigoso.

Savarino (6.0) foi um dos jogadores mais afetados pela expulsão de Chris Ramos. Adaptado como uma espécie de "falso 9", ele lutou contra a forte defesa do Galo, perdendo a maioria das disputas físicas. Contudo, sua presença foi estratégica para oferecer opções de passe e dar sustentação às jogadas do Botafogo pelo meio, até ser substituído devido ao cansaço. Joaquín Correa (6.0), que entrou para injetar energia no meio-campo, cumpriu seu papel, brigando com os zagueiros e conseguindo cavar algumas faltas.

O incidente mais marcante na frente foi a expulsão de Chris Ramos (2.0). Ele iniciou a partida com boa pressão sobre os zagueiros do Atlético-MG, inclusive forçando um cartão amarelo para Lyanco. No entanto, sua conduta antidesportiva, ao desferir uma cotovelada sem bola em Igor Gomes, resultou em sua expulsão ainda no primeiro tempo, comprometendo seriamente a estratégia de sua equipe e forçando uma reconfiguração tática que, paradoxalmente, pareceu energizar o time.

Abaixo, a tabela com as notas atribuídas aos jogadores do Botafogo, conforme avaliação da imprensa especializada e do público: