Atlético Mineiro: Cuca sai, interino assume contra Vitória. Entenda o cenário!

A recente e dolorosa derrota sofrida em seus domínios, com o placar de 2 a 0 para o arquirrival Cruzeiro na Copa do Brasil, deixou um rastro de questionamentos no Atlético Mineiro. Em meio a esse cenário de reflexão, o Alvinegro se prepara para retornar ao gramado no próximo domingo, 31 de agosto, em busca de redenção no Campeonato Brasileiro. O desafio será contra o Vitória, no Barradão, pela 22ª rodada, um confronto que promete ser marcado por uma peculiaridade: a provável presença de treinadores interinos em ambas as equipes.

Este embate ganha contornos ainda mais dramáticos para o Galo, que, após a iminente oficialização da saída do técnico Cuca, se vê obrigado a uma nova transição de comando. O adversário baiano, por sua vez, não está em situação mais confortável, igualmente tendo optado por uma mudança na liderança técnica após a acachapante goleada de 8 a 0 imposta pelo Flamengo.

A Saída de Cuca e o Balanço de uma Quarta Passagem

A quarta passagem de Cuca pelo comando técnico atleticano, que se aproxima do fim, encerra um período de 45 jogos nesta temporada. Durante este ciclo, o Atlético registrou 22 vitórias, 11 empates e 12 derrotas. Apesar dos números, a equipe conquistou o Campeonato Mineiro e segue na disputa das quartas de final tanto da Copa Sul-Americana quanto da Copa do Brasil, evidenciando uma campanha de altos e baixos, mas com objetivos ainda em aberto.

O histórico do treinador com o clube é, inegavelmente, recheado de glórias. Em suas passagens anteriores, Cuca se consolidou como uma figura central em momentos históricos. Entre 2011 e 2013, ele foi o arquiteto da campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 2013, além de conquistar os Campeonatos Mineiros de 2012 e 2013, e alcançar o vice-campeonato brasileiro em 2012. O retorno em 2021 foi igualmente triunfante, selando a conquista do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e, notavelmente, do Campeonato Brasileiro, que encerrou um jejum de meio século para o clube.

Lucas Gonçalves: O Fiel Escudeiro e Bombeiro Alvinegro

Diante da lacuna deixada pela provável saída de Cuca, o Atlético deverá recorrer, mais uma vez, a Lucas Gonçalves. O auxiliar técnico permanente, natural de Porto Alegre, assumirá a responsabilidade de "segurar a onda", como se diz no jargão futebolístico, enquanto a diretoria busca um novo comandante definitivo para o elenco principal. Esta será a quarta ocasião em que Gonçalves assume o posto de interino, demonstrando a confiança da cúpula atleticana em sua capacidade.

Sua primeira "missão" de destaque ocorreu em 2021, ano que se tornaria um dos mais memoráveis na trajetória do Alvinegro. Antes da chegada de Cuca naquele período, Lucas comandou o time em quatro embates pelo Campeonato Mineiro. Na sequência daquela temporada, o clube viria a celebrar as conquistas do Estadual, do Brasileiro e da Copa do Brasil, além de alcançar as semifinais da Libertadores. No ano seguinte, após a saída do argentino Antônio Mohamed, ele foi novamente acionado para um confronto pelo Brasileirão contra o Corinthians. A confiança em seu trabalho foi reafirmada em 2023, quando assumiu o time com a saída de Eduardo Coudet.

A experiência de Lucas Gonçalves como técnico interino, embora breve em cada ocasião, revela um desempenho notável. Seu retrospecto é um indicativo de sua capacidade de manter a equipe competitiva em momentos de transição.

Os resultados de Lucas Gonçalves à frente do Atlético como interino incluem:

Vitória e o Desafio de Rodrigo Chagas

Do outro lado do campo, o Vitória também se prepara para o duelo sob nova direção, ainda que provisória. Rodrigo Chagas, figura bem conhecida pela torcida rubro-negra, assume o comando. Com uma história ligada ao clube como jogador em três passagens e, posteriormente, em diversas funções nas comissões técnicas, tanto no profissional quanto nas categorias de base, Chagas personifica a identidade do Leão.

Aos 53 anos, Rodrigo Chagas teve um 2024 movimentado. Iniciou a temporada comandando o Jacuipense-BA no Campeonato Baiano, levando a equipe às semifinais. Em seguida, aceitou o convite do Porto Vitória-ES, onde foi vice-campeão estadual e participou da Série D do Campeonato Brasileiro até a quinta rodada. Seu retorno ao Leão da Barra se deu inicialmente no time sub-20, antes de ser novamente convocado para dirigir a equipe profissional, sucedendo Fábio Carille.

Um Confronto de Transições e Expectativas

O confronto entre Atlético e Vitória, portanto, transcende a mera disputa por pontos no Brasileirão. Ele se configura como um embate de transições, onde ambos os clubes buscam estabilidade e reabilitação em um momento crucial da temporada. Para o Atlético, a partida no Barradão será um teste de resiliência e a primeira amostra do que pode ser o futuro pós-Cuca, sob a batuta provisória de Lucas Gonçalves. Para o Vitória, é a chance de iniciar uma nova fase, com Rodrigo Chagas tentando infundir um novo ânimo em um elenco fragilizado.

A expectativa é por um jogo tenso, onde a capacidade dos interinos de motivar e organizar suas equipes será posta à prova. O resultado não apenas impactará a tabela do campeonato, mas também poderá ditar os próximos passos de planejamento estratégico de ambos os gigantes do futebol nacional.