Atlético-MG x Cruzeiro: Empate Amargo, Arbitragem Sob Fogo e Posição na Tabela

A Arena MRV foi palco de um clássico mineiro fervilhante entre Atlético-MG e Cruzeiro, que culminou em um empate de 1 a 1. O resultado, contudo, não trouxe alívio significativo para as ambições de ambos os clubes na tabela do Campeonato Brasileiro. A partida foi marcada por lances de bola na rede de Matheus Pereira e Ruan Tressoldi, mas também por uma série de equívocos do árbitro Paulo César Zanovelli, um gesto de "roubo" atribuído a Kaio Jorge e um momento de grande apreensão com o goleiro Cássio.

Para o Galo, o ponto conquistado mantém a equipe em uma posição desconfortável, imersa no grupo de clubes da parte inferior da classificação. Atualmente no 14º lugar, com 33 pontos, o time de Jorge Sampaoli sustenta uma margem de oito pontos em relação ao Vitória, o primeiro time na zona de rebaixamento, mas sem conseguir uma arrancada que o afaste definitivamente da parte de baixo da tabela.

Do lado celeste, o Cruzeiro alcançou 53 pontos, preservando sua 3ª colocação. No entanto, a rodada não foi totalmente favorável, pois seus principais concorrentes diretos pela liderança e G4 obtiveram vitórias importantes: Palmeiras e Flamengo superaram Bragantino e Botafogo, respectivamente, enquanto o Mirassol, 4º colocado, venceu o Internacional e chegou aos 49 pontos, apertando a disputa.

Os próximos compromissos para as equipes já estão agendados para este sábado. O Atlético-MG viajará para enfrentar o Corinthians, em uma partida fora de casa com início previsto para as 18h30. Já o Cruzeiro terá um confronto em seus domínios, recebendo o Fortaleza às 21h.

A Performance Questionável da Arbitragem no Clássico

O árbitro Paulo César Zanovelli, integrante do quadro da Fifa, tornou-se um dos personagens centrais do clássico mineiro, protagonizando uma atuação repleta de hesitações e equívocos. A partida, já naturalmente tensa, foi constantemente interrompida não apenas por lances de jogo, mas também por fatores extracampo, como a lesão de Cássio e o mal-estar do zagueiro Jonathan Jesus, intensificando a pressão sobre a arbitragem.

O juiz mineiro demonstrou confusão notável na aplicação de cartões vermelhos em pelo menos três momentos cruciais. Inicialmente, errou por duas vezes consecutivas a cor do cartão para Kaiki Bruno e Kaio Jorge. Posteriormente, a situação escalou quando ele chegou a expulsar o jogador errado, Lucas Romero, em vez de Kaio Jorge, que havia gesticulado "roubo" após o gol de empate do Atlético-MG. A intervenção do VAR foi fundamental para corrigir o erro, garantindo a expulsão do atacante do Cruzeiro.

Incidentes que Paralisaram o Clássico

Um dos momentos mais preocupantes da partida ocorreu com o goleiro Cássio, do Cruzeiro. O camisa 1 precisou ser substituído após um lance de infelicidade: ao tentar cortar um cruzamento, ele foi atingido na cabeça pela perna de William, em uma disputa de corpo com Dudu. Após um longo atendimento médico e a ativação do protocolo de concussão, Léo Aragão assumiu a meta. Cássio foi encaminhado a um hospital da região para avaliação, embora sem necessidade de ambulância no gramado, conforme informado pela transmissão.

Além da lesão de Cássio e das trapalhadas de Zanovelli com os cartões, o ritmo da partida foi quebrado por outra paralisação. O zagueiro Jonathan Jesus solicitou atendimento e chegou a manifestar mal-estar após se sentar no gramado da Arena MRV. Com a bola rolando, o Atlético-MG tentou ditar o ritmo no início, criando chances com Rony, Fausto Vera e Scarpa, mas sem a precisão necessária nas finalizações.

A Dinâmica dos Gols e a Polêmica Final

O segundo tempo começou com um presente para o Cruzeiro, fruto de um erro primário do volante Gabriel Menino. Em uma tentativa de recuo para a defesa, o jogador do Galo entregou a bola de bandeja para Kaio Jorge. O atacante celeste avançou, invadiu a área de Everson e serviu Matheus Pereira, que apenas empurrou para as redes, abrindo o placar em 1 a 0 para a Raposa.

A desvantagem, contudo, não abalou os anfitriões, que demonstraram poder de reação e conseguiram a igualdade em um intervalo de apenas três minutos. Após um escanteio curto cobrado pela ponta esquerda, Arana recebeu de Bernard e cruzou com precisão para Ruan Tressoldi. O zagueiro do Galo se impôs no alto, superando a marcação e o goleiro Léo Aragão, para restabelecer a igualdade em 1 a 1.

O gol de empate gerou uma imediata e intensa revolta por parte de alguns atletas do Cruzeiro, que argumentavam que o lance deveria ter sido um tiro de meta, e não escanteio. Em meio às acaloradas reclamações, Zanovelli inicialmente expulsou Lucas Romero. A indignação do volante foi compreensível, pois o gesto de "roubo" com as mãos havia sido feito por Kaio Jorge, e não por ele. O VAR, mais uma vez, interveio para corrigir o árbitro de campo, resultando na expulsão do atacante cruzeirense.

O Desfecho Inconclusivo e os Desafios do Galo Adiante

Com Hulk e Caio Paulista já em campo, acionados por Jorge Sampaoli, o Atlético-MG buscou intensificar sua pressão. Os reservas contribuíram para criar novas oportunidades: Hulk obrigou Léo Aragão a uma boa defesa, e Caio Paulista serviu Dudu, ex-Cruzeiro, que acertou a trave em um lance de grande perigo. Mesmo com um jogador a mais em campo, o Galo não conseguiu converter o domínio em gol decisivo até o apito final, contentando-se com o empate.

A partida, em sua essência, revelou a dificuldade do Atlético-MG em transformar superioridade numérica e volume de jogo em vitórias, um desafio que Jorge Sampaoli terá que superar para afastar o time da zona de risco e consolidar uma posição mais confortável na tabela do Brasileirão.

Ficha Técnica da Partida

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