Atlético-MG: Votação da SAF Adiada – Entenda as Consequências Financeiras

Uma reunião extraordinária do conselho deliberativo do Atlético Mineiro, previamente agendada para a próxima segunda-feira, foi postergada. O encontro tinha como pauta principal a deliberação sobre uma proposta de alteração na cláusula anti-diluição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube, um tema de grande relevância para os rumos financeiros da instituição.

De acordo com informações divulgadas pelo próprio clube alvinegro, o adiamento se deu em virtude da inclusão de um novo item na agenda: a formalização da participação do Atlético como associado fundador do ?Museu do Galo?. A nova data para a realização desta importante sessão, segundo comunicado oficial, será anunciada na sexta-feira.

A cláusula anti-diluição representa um mecanismo contratual fundamental, elaborado para salvaguardar os interesses de investidores minoritários. No contexto da SAF alvinegra, esta proteção se estende à Associação do Atlético, que atualmente detém 25% da participação acionária. Os 75% restantes estão sob o domínio de acionistas como Rafael Menin, Rubens Menin e Ricardo Guimarães, entre outros. O objetivo primordial desta cláusula é assegurar que a porcentagem detida pela Associação não seja reduzida em futuras operações financeiras.

A Proposta de Alteração e Seus Fundamentos

A iniciativa de modificar esta cláusula surge em um momento em que o clube enfrenta desafios de liquidez. A ideia central por trás da proposta é viabilizar a negociação de uma parcela da SAF pertencente à Associação do Atlético. Tal movimento seria estratégico, especialmente se o clube vier a receber novos aportes financeiros no futuro, desde que estes ocorram de forma primária, ou seja, por meio de um aumento de capital com a emissão de novas ações.

Adicionalmente, a alteração proposta simplificaria processos futuros, desvinculando os acionistas da necessidade de obter o consentimento dos conselheiros para eventuais transferências de percentuais da SAF. É importante ressaltar que essa flexibilização não impactaria o limite mínimo de 10% previsto pela legislação vigente para a Associação. Por outro lado, a Associação do Atlético manteria seu poder de veto em decisões cruciais, como alterações no símbolo, nas cores e no hino do clube, entre outros ativos patrimoniais da instituição.

Implicações para Novos Investimentos e Governança

O entendimento predominante dentro da estrutura do clube é que, sem a aprovação dessa modificação, a captação de novos recursos de investidores externos se tornaria significativamente mais complexa. Essa perspectiva foi explicitada por Bruno Muzzi, CEO da SAF do Atlético, que enfatiza a importância da medida para o fluxo de capital. O acordo de acionistas atual estabelece que a Galo Holding e os acionistas indiretos estão impedidos de realizar qualquer transferência de ações da SAF, direta ou indiretamente, até o segundo aniversário da data de assinatura do acordo, que foi firmado em novembro de 2023, ou seja, até novembro de 2025.

Em um evento distinto, mas igualmente relevante para a governança do clube, o Atlético passará por um processo eleitoral no dia 25 de agosto. Nesta data, serão eleitos 200 novos conselheiros e até 50 vagas para conselheiros suplentes. O pleito ocorrerá de forma presencial na sede do clube, marcando mais um passo na renovação e fortalecimento de sua estrutura deliberativa.