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Atlético-MG: Investimento na SAF sob o Escândalo de Fundos do PCC?

Por Redação FutGalo em 17/10/2025 11:51

A participação acionária de Daniel Vorcaro na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG, concretizada entre 2023 e 2024, tem suas origens em fundos de investimento que se encontram sob investigação do Ministério Público de São Paulo. Tais veículos financeiros são apontados como peças-chave em um esquema de lavagem de dinheiro com suposta conexão ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A denúncia foi inicialmente divulgada pelo jornal Estado de São Paulo.

Conforme a publicação, os registros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que o Galo Forte FIP, o fundo empregado por Vorcaro para seu aporte na SAF atleticana, integra uma intrincada cadeia de fundos, conhecida como "fundo sobre fundo". Essa arquitetura espelha o modelo investigado no âmbito da Operação Carbono Oculto, conduzida pelo MP-SP.

A Trama dos Fundos e o Aporte de R$ 300 Milhões

Os documentos da CVM corroboram os montantes investidos por Vorcaro: R$ 100 milhões em novembro de 2023 e mais R$ 200 milhões em julho de 2024, totalizando R$ 300 milhões. Desde sua constituição, o fundo Galo Forte tem como único destino de seus recursos a Galo Holding SA, a entidade estabelecida especificamente para assumir o controle da SAF do clube mineiro.

Por meio de seu aporte, Daniel Vorcaro consolidou uma fatia de 26,9% na Galo Holding SA. A estrutura acionária da empresa é composta por outros nomes relevantes do cenário empresarial e esportivo. É importante frisar que, até o presente momento, nenhum dos demais acionistas da Galo Holding figura como parte de qualquer investigação.

Estrutura Acionária da Galo Holding SA

A composição da Galo Holding SA, responsável pela gestão da SAF do Atlético-MG, distribui-se da seguinte forma:

Acionista Participação (%)
Rubens e Rafael Menin 55,7%
Daniel Vorcaro 26,9%
FIGA (Fundo de Investimento do Galo) 9,0% (com participação de Renato Salvador e torcedores)
Ricardo Guimarães 8,4%

O Complexo Fluxo Financeiro e a Posição da Reag Investimentos

O caminho do capital até a SAF do Atlético-MG desenha uma trajetória intrincada, perpassando múltiplas camadas de fundos. No ápice dessa arquitetura financeira, localizam-se os fundos Olaf 95 e Hans 95. Estes, por sua vez, investem no fundo Alepo, que destina recursos ao Maia, que aplica no Astralo, culminando, finalmente, no Galo Forte FIP. A administração desses fundos é de responsabilidade da Reag Investimentos, uma empresa que atua como prestadora de serviços administrativos e que, em seu pronunciamento, refuta qualquer controle efetivo sobre o capital movimentado.

A Reag Investimentos, em resposta, esclareceu seu papel:

"No Brasil, a administradora de um fundo de investimento é a instituição legalmente responsável pela constituição, funcionamento e representação do fundo perante terceiros e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Ela não é 'dona'. Adicionalmente, informamos que o negócio de prestação de serviços de administração está em negociações adiantadas para sua venda a outra empresa."

As Defesas dos Envolvidos e o Alerta do Ministério Público

O Banco Master, presidido por Daniel Vorcaro, refutou veementemente qualquer elo com os fundos sob inquérito. A instituição reiterou que o Galo Forte é de titularidade do empresário em sua capacidade individual. Em comunicado oficial, o Banco Master declarou:

"O Banco Master não tem qualquer relação com os fundos Hans 95 e Olaf 95. Essas estruturas não integram o grupo e não possuem vínculo societário com o Banco ou com quaisquer de seus executivos. O fundo Galo Forte FIP é de propriedade de Daniel Vorcaro, pessoa física ? informação pública e amplamente divulgada na mídia, inclusive após análise do CADE. A Reag Investimentos é prestadora de serviços, assim como ocorre com centenas de outros clientes."

O Ministério Público de São Paulo descreve os fundos sob investigação com traços recorrentes: a presença de cotistas únicos, a superposição de camadas e uma configuração desenhada para obscurecer a identidade do beneficiário final. Essas características os qualificam como "um pilar central na estrutura do crime organizado sob apuração, sendo instrumentalizados para diversos propósitos criminosos, principalmente a ocultação e a lavagem de capitais", conforme aponta o MP-SP. Importante notar que, em agosto de 2025, a sede da Reag foi objeto de uma operação de busca e apreensão.

O Posicionamento Oficial do Clube Atlético Mineiro

Em pronunciamento oficial, o Clube Atlético Mineiro afirmou que o Galo Forte é um instrumento financeiro devidamente regularizado e inscrito na CVM, sob a gestão da Trustee Distribuidora de Títulos Mobiliários Ltda., e que não possui qualquer informação sobre eventuais ilicitudes. A nota completa do Atlético-MG detalha:

"Em relação à matéria publicada hoje pelo jornal Estado de São Paulo, o Atlético esclarece que: O Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia é um veículo de investimento devidamente constituído e regular perante a Comissão de Valores Mobiliários ("CVM"), sob administração da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA. A Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA é uma empresa igualmente registrada perante a CVM. Referido fundo figura como acionista da Galo Holding S.A., contexto no qual o Atlético não tem conhecimento de quaisquer irregularidades."

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Felipe

Felipe

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Comentado em 17/10/2025 16:12 Se começar investigação a gente pede pênalti duvidoso também, kkkk, foco no campo, tamo firme!
Sofia

Sofia

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Comentado em 17/10/2025 14:00 Vai Galo! A verdade sempre aparece, tamo junto.
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