Atlético-MG: Cuca Cobra Reforços e Revela Fragilidades do Elenco Pós-Derrota

O Club Atlético Mineiro atravessa um período delicado no Campeonato Brasileiro. A recente derrota por 3 a 1 para o Grêmio, em seus domínios na Arena MRV, intensificou a pressão sobre o técnico Cuca, que, de forma veemente, reiterou a necessidade de novas aquisições para o elenco. A saída de Igor Rabello, que se juntou ao Fluminense, somada à lesão de Lyanco, fragilizou consideravelmente a linha defensiva, abrindo uma lacuna que tem sido motivo de grande apreensão para o comandante técnico.

Cuca optou por não tecer comentários diretos sobre a negociação do ex-zagueiro com o clube carioca, direcionando a responsabilidade por tais movimentos à diretoria. Contudo, sua insatisfação pela perda de jogadores essenciais em um setor já naturalmente limitado ficou evidente em suas declarações.

Adicionalmente à carência na zaga, o treinador enfatizou a urgência de incorporar um primeiro volante com forte capacidade de marcação, uma deficiência que ele tem apontado consistentemente desde seu retorno ao comando da equipe.

O Grito por Novas Peças e a Realidade do Elenco

A persistência na busca por novos nomes é um tema recorrente nas coletivas de Cuca. Ele expressou a frustração com a situação atual do grupo de atletas:

"Claro que não, mas é o que tem. Estamos lutando por essas peças, um volante e um zagueiro, desde que cheguei aqui. Temos essas necessidades e perdemos mais do que já tínhamos."

A partida contra o Grêmio expôs de maneira inquestionável as deficiências defensivas do time. Dos três gols sofridos, dois tiveram origem em jogadas de escanteio, com Edenilson e Balbuena aproveitando falhas na cobertura e posicionamento. O próprio Cuca reconheceu abertamente as limitações do plantel no jogo aéreo, especialmente sem a presença de Lyanco e Rabello, que conferiam maior robustez a essa característica.

"Fizemos um gol e tínhamos o domínio do jogo. Sabíamos que o Grêmio viria por uma bola, cedemos o escanteio e tomamos o gol. Muito por causa das características dos jogadores, e hoje não tínhamos essa característica defensiva. Tomamos dois gols assim: o primeiro te deixa mal e o segundo te aniquila."

Desempenho Abaixo do Esperado e a Voz da Torcida

O embate foi ainda mais desfavorável devido às expulsões de Cuello e Junior Alonso, que desorganizaram taticamente a equipe. A insatisfação dos torcedores na Arena MRV foi palpável, culminando em protestos direcionados ao desempenho da equipe. Cuca, com notável lucidez, reconheceu a plena legitimidade das críticas vindas das arquibancadas:

"Tem toda razão de reclamar. No final, quando descaracteriza, é muito em função de buscar o gol. Quando coloca o Cuello na direita, você não pode perder (por expulsão). Jogamos com 10 minutos (com um jogador a mais). Perdeu-se a vantagem que tínhamos."

Com o revés, o Atlético-MG estagnou nos 24 pontos, ocupando a 11ª posição na tabela do Brasileirão. Em contrapartida, o Grêmio conseguiu um respiro fundamental na sua luta para se afastar da zona de rebaixamento, alcançando os 23 pontos.

Os Próximos Desafios: Brasileirão e Sul-Americana

A equipe mineira agora se vê diante da necessidade de dividir seu foco e esforços entre a Série A do Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. Na próxima quinta-feira (21), às 19h (horário de Brasília), o Galo viajará à Argentina para enfrentar o Godoy Cruz, em um confronto decisivo pelo jogo de volta das oitavas de final da competição continental.

Pelo Brasileirão, o próximo compromisso será no domingo (24), às 20h30 (horário de Brasília), quando o Atlético-MG visitará o São Paulo no Estádio do Morumbis. A sequência de jogos exige uma resposta imediata e a diretoria terá que ponderar sobre as demandas de seu treinador em um momento tão crucial da temporada.