Análise de Cuca sobre Desempenho do Atlético-MG: Estatísticas vs. Resultados

A sequência recente de resultados do Atlético-MG tem gerado questionamentos. Com três empates consecutivos, o desempenho da equipe sob o comando de Cuca volta ao centro das discussões. Contudo, na avaliação do próprio treinador, o cenário é menos sombrio do que os placares indicam. Em sua perspectiva, o time não apenas jogou bem, mas também teve o controle das partidas, fundamentando sua análise em dados estatísticos.

O técnico defende que, apesar da falta de vitórias nos últimos compromissos, a performance em campo tem sido satisfatória. Ele argumenta que os números de posse de bola e finalizações corroboram sua leitura do jogo, sugerindo que a equipe mantém um padrão de atuação, independentemente de atuar como mandante ou visitante.

Análise Estatística do Galo

Para Cuca, a frieza das estatísticas oferece um retrato mais fiel do que acontece dentro das quatro linhas do que a simples contagem de pontos. Ele rebate a ideia de que os números são irrelevantes, colocando-os como a base de sua argumentação sobre o futebol apresentado pelo Galo.

"Ah, mas números não adiantam, mas são os números que falam do jogo. Maior posse de bola, maior finalização, a gente finaliza 20 vezes por jogo, seja em casa ou fora. Hoje não foi diferente. Joga assim para ganhar e toma algum susto atrás, o que também é a nossa maneira de jogar. A gente não joga esperando uma bola ou outra. Tem um sistema e ficamos em alguns momentos com o risco do contra-ataque."

Essa abordagem ofensiva, que busca o domínio e a finalização constante, inerentemente implica em assumir riscos. A maneira de jogar do Atlético-MG, focada em propor o jogo, pode, por vezes, expor a defesa a contra-ataques, um preço a pagar pela busca incessante pelo gol, segundo a visão do técnico.

Desafios e Elenco Reduzido

A maratona de jogos como visitante é outro fator apontado por Cuca ao analisar o momento da equipe. Em um curto espaço de tempo, o Galo enfrentou deslocamentos significativos, o que impõe um desgaste considerável ao elenco.

"Tivemos um jogo lá em Mirassol faz 72 horas. A gente não tem um grande elenco para fazer a rodagem, porque temos muitos jogadores que estão fora. Se a gente tem tomado gol, talvez não tenha ainda uma defesa ajustada por perda de jogadores. A gente ajusta o time conforme a gente pode."

A indisponibilidade de diversos atletas limita as opções de rodagem no plantel, tornando a gestão física e tática do grupo ainda mais complexa. A dificuldade em manter a solidez defensiva, na ótica do treinador, pode estar diretamente ligada a essas perdas e à necessidade de adaptar a formação com os jogadores disponíveis.

O Empate em Maringá e o Próximo Jogo

O empate em 2 a 2 com o Maringá, pela Copa do Brasil, serve como o mais recente exemplo dessa dinâmica. Apesar de ter saído atrás no placar por duas vezes, o Atlético-MG conseguiu buscar a igualdade, levando a decisão da vaga para Belo Horizonte. Na visão de Cuca, o resultado foi justo, refletindo um confronto disputado.

"O time não vem jogando mal. Hoje, você não pode dizer que é um mau jogo, é um jogo pegado."

Este resultado se soma aos empates anteriores contra Caracas, pela Sul-Americana, e Mirassol, pelo Campeonato Brasileiro, totalizando três partidas sem vitória. No entanto, a tônica do discurso do comandante permanece inalterada: a equipe não tem jogado mal, mesmo que os resultados não estejam vindo conforme o esperado.

"Não tem vindo o resultado, está certo, nem em Mirassol, nem hoje, mas o time não está jogando mal. É o time que tem o domínio do jogo, tem o padrão de jogo, lógico que tem dias que o jogador não está tão bem, tem dias que as coisas não acontecem como a gente quer, mas a gente não pode dizer que o time está jogando mal."

O próximo compromisso do Atlético-MG será contra o Juventude, em Caxias do Sul, válido pelo Brasileirão, um novo teste para a equipe buscar transformar o domínio e o padrão de jogo, citados por Cuca, em resultados positivos.