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Trio Maldito do Galo: A Lenda dos 459 Gols que Marcou o Atlético-MG
Por Redação FutGalo em 29/09/2025 08:42
A rica tapeçaria histórica do Atlético-MG é adornada por inúmeras parcerias ofensivas que, ao longo das décadas, presentearam a torcida com gols inesquecíveis, títulos gloriosos e momentos que se gravaram na memória coletiva do clube. Entre essas formações, uma em particular transcendeu o mero desempenho em campo, gravando seu nome no folclore futebolístico nacional, não apenas pela capacidade de balançar as redes e pela dominância exibida, mas também por uma alcunha peculiar que se tornou sinônimo de excelência: o "Trio Maldito".
Essa denominação singular referia-se a três notáveis atacantes do Galo ? Said, Jairo e Mário de Castro ? que, durante sua coexistência no ataque, impunham um temor constante às defesas rivais, acumulando um vasto número de gols. Todos eles, inclusive, figuram entre os principais goleadores da trajetória atleticana, um testemunho da sua relevância e eficácia.
A Gênese de uma Lenda: O Início do "Trio Maldito"
Com um perfil incomum para a época, Said cursava Direito, enquanto Jairo e Mário dedicavam-se à Medicina. Esses acadêmicos-atletas defenderam as cores do Atlético-MG em conjunto por um lustro, de 1927 a 1931. Embora breve, essa passagem foi suficiente para eternizar seus nomes como ícones do clube, ainda no período em que o futebol mineiro era regido pelo amadorismo, sublinhando o impacto que causaram em um cenário esportivo em formação.
Supremacia Numérica: O Legado de Gols Inesquecíveis
O impacto numérico desse trio é estarrecedor: em apenas 99 confrontos disputados lado a lado, foram responsáveis por impressionantes 459 gols, perfazendo uma média de 4,63 tentos por partida. Tal feito, notável para qualquer era do futebol, sublinha a magnitude e a autoridade que o "Trio Maldito" exercia no cenário esportivo e na história do Alvinegro.
Para ilustrar a dimensão dessa proeza ofensiva, apresentamos um resumo de sua performance coletiva:
| Estatística | Valor | 
|---|---|
| Período Ativo | 1927-1931 | 
| Jogos Juntos | 99 | 
| Gols Marcados | 459 | 
| Média de Gols/Jogo | 4.63 | 
Ao se aprofundar nos integrantes dessa formação lendária, percebe-se a individualidade que, somada, gerava uma sinergia devastadora. Cada um, à sua maneira, contribuiu decisivamente para a consagração do trio e para a história do Atlético.
Mário de Castro: O Artilheiro Imortal e o Espírito Indomável
Dentre os três, o goleador mais prolífico foi Mário de Castro. Detentor do terceiro posto na lista de maiores artilheiros da história do Atlético-MG, com 195 gols anotados entre 1925 e 1931 (e uma breve retomada em 1941), Mário foi peça-chave nas conquistas de três Campeonatos Mineiros, além de ter sido o principal artilheiro da competição em duas ocasiões durante sua passagem pelo Galo.
Sua lealdade ao clube é igualmente lendária. Relata-se que, durante sua atuação no "Trio Maldito", Mário de Castro declinou uma proposta do Fluminense, optando por permanecer no Atlético-MG. Mais notável ainda é a lenda que circunda sua recusa em aceitar uma convocação para a Copa do Mundo de 1930 pela Seleção Brasileira, supostamente por não ter sido garantido como titular da equipe, um indicativo de seu caráter e autoconfiança inabaláveis.
Said Paulo Arges: O Goleador de Raiz e o Elo Comunitário
Com 142 gols, Said Paulo Arges ocupa a sexta posição entre os maiores artilheiros do Galo. Sua contribuição foi igualmente fundamental para o sucesso do trio, conquistando três títulos mineiros e demonstrando uma capacidade goleadora expressiva. De ascendência sírio-libanesa, Said é frequentemente creditado por ter estabelecido uma ligação duradoura entre a colônia de seus antepassados e o clube, atraindo uma base diversificada de torcedores para o Alvinegro.
Jairo de Assis Almeida: A Mente Estratégica do Ataque Alvinegro
Jairo de Assis Almeida, com 122 gols, era reconhecido como o "cérebro" daquela equipe e, consequentemente, do "Trio Maldito". Sua inteligência tática e visão de jogo eram essenciais para a orquestração ofensiva. Pelo Galo, também ergueu três troféus estaduais, e seu estilo de futebol, marcado pela perspicácia e habilidade de articulação, foi crucial para que essa formação se imortalizasse na história do futebol mineiro e, por extensão, do Brasil.
A trajetória do "Trio Maldito" permanece como um capítulo vibrante na crônica do Atlético-MG, um legado de talento, gols e uma camaradagem que transcendeu o campo, solidificando sua posição como uma das mais icônicas e eficientes parcerias ofensivas que o futebol brasileiro já testemunhou.
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