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SAF Atlético-MG: Gestão em Xeque, Dívida Bilionária e o Futuro do Galo
Por Redação FutGalo em 04/07/2025 20:02
O Atlético Mineiro atravessa um período de intensos questionamentos, com o foco das preocupações voltado para a administração de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A promessa de uma nova era de prosperidade financeira e estabilidade esportiva parece, no momento, distante da realidade vivenciada pelo clube.
Recentemente, a notícia do atraso no pagamento de salários dos atletas que vestem a camisa alvinegra veio à tona, gerando um incômodo considerável. Este episódio, lamentável por si só, é apenas um entre os diversos sinais de desorganização financeira que têm marcado a gestão atual.
Este cenário preocupante se soma à persistência de uma dívida que se mantém na casa dos R$ 2 bilhões, um montante que continua a pesar sobre as finanças do Galo, desafiando a capacidade de reestruturação que se esperava com a transição para o modelo de SAF. No campo, o desempenho das equipes ? seja a masculina, feminina ou as categorias de base ? tem deixado a desejar, acumulando resultados que não condizem com a tradição e a ambição do clube.
A Promessa da SAF e a Realidade Atual
Em 2023, o Galo deu um passo significativo ao se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Sob a liderança central da família Menin, com a participação de nomes como Ricardo Guimarães e Renato Salvador, a expectativa era de uma reestruturação financeira profunda, capaz de sanar as antigas mazelas e impulsionar o clube a novos patamares.
Contudo, a realidade tem se mostrado distante do otimismo inicial. A prometida organização financeira não se concretizou de maneira efetiva, e o endividamento persiste como um fantasma constante. A falta de melhorias estruturais significativas e a manutenção de problemas crônicos levantam sérias dúvidas sobre a eficácia do modelo implementado e a capacidade de seus atuais controladores de entregarem os resultados esperados.
O Dilema dos Investidores e a Postura da Gestão
A complexidade da situação foi evidenciada por declarações públicas que revelam uma aparente contradição na gestão. Enquanto o empresário Márcio Cadar revelou ter oferecido um aporte financeiro que, segundo ele, foi desconsiderado pelos controladores da SAF, o acionista Rafael Menin, semanas antes, havia defendido abertamente a necessidade de atrair novos investidores para fortalecer o modelo de negócios do Atlético.
Essa disparidade levanta a questão do que realmente impede a entrada de capital externo. A percepção é de que o receio de diluir o poder ou a relutância em compartilhar as decisões cruciais com novos parceiros pode estar prevalecendo. Um novo investidor representa não apenas um alívio financeiro, mas também a chegada de uma nova voz e perspectiva na condução do clube, algo que, aparentemente, os atuais donos não parecem dispostos a aceitar.
É inegável que, sob a ótica dos resultados financeiros e esportivos, a SAF do Atlético tem se mostrado um empreendimento que não atingiu as expectativas. Mesmo diante de tentativas de auxílio externo, Rubens Menin e seu grupo parecem relutantes em ceder, mantendo uma postura que prioriza o controle em detrimento de uma solução mais abrangente para os desafios do Galo.
A Soberba no Comando e o Impacto na Credibilidade
A postura adotada em algumas aparições públicas dos gestores tem contribuído para o desgaste da imagem da SAF. A coletiva de imprensa de Rafael Menin, por exemplo, foi marcada por um tom que muitos interpretaram como excessivamente altivo por parte do acionista.
Enfrentar profissionais da imprensa que apenas cumprem seu papel de questionar, como Guilherme Frossard, reflete uma abordagem gerencial que parece desconsiderar a gravidade do momento. A altivez soa ainda mais dissonante quando confrontada com o cenário de dificuldades que o clube enfrenta. Afinal, a capacidade de liderar se demonstra por meio de ações e resultados concretos, não apenas por palavras.
A recorrente questão dos salários em atraso é um sintoma alarmante dessa desorganização. Se a própria remuneração dos atletas, o motor do espetáculo, não é garantida pontualmente, como a SAF pode inspirar a confiança necessária para atrair e reter grandes apoiadores ou investidores? A credibilidade, uma vez abalada, é um ativo difícil de ser recuperado.
O Caminho Urgente para a Reconciliação com o Sucesso
É imperativo que a SAF do Atlético reavalie sua estratégia com máxima urgência. Ignorar ofertas de auxílio e manter uma postura inflexível é um percurso que pavimenta o caminho para a estagnação, ou pior, para um declínio ainda maior.
Chegou o momento de reconhecer que a trajetória atual não está alinhada com as expectativas e com a grandeza do Galo. A gestão precisa demonstrar humildade e pragmatismo, admitindo que o plano original não está funcionando como o esperado.
Ainda há uma janela de oportunidade para ajustar o rumo, demonstrar flexibilidade e, acima de tudo, priorizar o bem-estar e o futuro do Atlético Mineiro em todas as suas esferas, dentro e fora dos gramados. O Galo merece uma gestão à altura de sua história e de sua apaixonada torcida.
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