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Ronaldinho no Atlético-MG: Relembre a Trajetória Mágica e os Títulos Históricos do Bruxo
Por Redação FutGalo em 10/10/2025 16:21
A trajetória de Ronaldinho Gaúcho vestindo a camisa do Atlético-MG não se limitou a uma mera passagem; ela se gravou como um marco indelével na rica história do clube. Onze anos após sua despedida, a volta do craque para a celebração dos 60 anos do Mineirão, neste sábado (11), convida a uma reflexão aprofundada sobre os feitos e episódios que cimentaram a lenda do ?Bruxo? no Alvinegro.
Sua estadia em Belo Horizonte foi coroada por conquistas significativas, sendo a mais emblemática a Taça Libertadores da América. Em 2013, o Galo, sob a batuta de Ronaldinho, alcançou a tão sonhada ?Glória Eterna? pela primeira vez, superando o Olímpia em uma final memorável. O ano seguinte, 2014, testemunhou mais um triunfo continental com a Recopa Sul-Americana, onde o Lanús foi superado em julho, pouco antes de sua saída.
A Chegada Inesperada e a Conexão com a Massa Atleticana
A chegada de Ronaldinho ao Atlético-MG, em 2012, foi um evento envolto em mistério e surpresa. Quatro dias após sua rescisão com o Flamengo, e antes mesmo de qualquer anúncio oficial do clube, o jogador surgiu de forma inesperada no primeiro treino com o elenco, em 4 de junho. A negociação, decidida em um encontro relâmpago, rapidamente o colocou em campo. Sua estreia ocorreu em 9 de junho, contribuindo para a vitória de 1 a 0 sobre o Palmeiras, no Pacaembu, indicando desde cedo o impacto que traria.
Em 6 de outubro de 2012, Ronaldinho demonstrou que, mesmo os maiores ídolos, são suscetíveis a adversidades pessoais. Enlutado pela perda do padrasto e apreensivo com a saúde de sua mãe, Miguelina, que enfrentava um delicado momento, o jogador expressou ao técnico Cuca seu desejo de atuar contra o Figueirense. O que poderia ter sido um fator de desestabilização para a equipe transformou-se em uma fonte de inspiração. Naquela partida, válida pela 28ª rodada do Brasileirão, o craque foi o protagonista da goleada de 6 a 0, participando de cinco dos seis gols, com três tentos e duas assistências.
O período de saúde fragilizada de sua mãe se estendeu ao longo do primeiro ano de Ronaldinho no Atlético-MG. Durante esse tempo desafiador, a torcida atleticana ofereceu um apoio incondicional, incentivando o ídolo enquanto Miguelina lutava contra o câncer. Um dos momentos mais tocantes de carinho ocorreu no Independência, durante um jogo contra o Grêmio, quando os torcedores exibiram um bandeirão com a imagem de Ronaldinho e sua mãe, acompanhada da frase "Fé em Deus". A homenagem, carregada de emoção, provocou lágrimas e sinceros agradecimentos do jogador.
No ano seguinte, com a recuperação de Miguelina, ela esteve presente em campo, no Dia das Mães, durante a final do Campeonato Mineiro, acompanhando seu filho. Infelizmente, no início de 2021, a mãe de Ronaldinho veio a óbito, aos 71 anos, em decorrência de complicações da Covid-19. Além do suporte em momentos difíceis, a torcida do Galo desenvolveu uma profunda identificação com o jogador. Durante sua passagem, Ronaldinho era recebido com efusão por onde quer que fosse, refletindo um fenômeno de popularidade que ficou conhecido como "RonaldinhoMania". Essa onda de admiração, que levava multidões a buscar fotos e autógrafos, fez o Atlético-MG lotar estádios e aeroportos, conquistando fãs não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil e no exterior.
Momentos Marcantes e Rivalidades Históricas do Bruxo
A rivalidade estadual com o Cruzeiro, ponto central do futebol mineiro, também foi palco para a magia do Bruxo. Em seu primeiro clássico, em 26 de agosto de 2012, Ronaldinho não garantiu a vitória, mas foi peça-chave no empate de 2 a 2. Diante da torcida cruzeirense, ele marcou um gol espetacular aos 44 minutos do segundo tempo, demonstrando sua capacidade de decisão ao ganhar velocidade no meio-campo e driblar dois adversários.
Outro episódio notável da passagem de Ronaldinho pelo futebol mineiro envolveu Rogério Ceni, então goleiro do São Paulo, durante a estreia da Libertadores de 2013. Em um momento inusitado da partida, o atleta do Galo solicitou água ao arqueiro adversário, que prontamente lhe entregou sua garrafa. Na sequência, Ronaldinho, livre de marcação, recebeu um passe de Marcos Rocha e serviu Jô, que marcou um dos gols na vitória do Galo por 2 a 1. A polêmica se acentuaria quando as equipes se reencontraram na última rodada da fase de grupos. Com o Atlético já garantido nas oitavas de final, a equipe foi derrotada por 2 a 0 no Morumbi. No intervalo, Ronaldinho minimizou a importância do jogo, declarando que era "um grande treino para a próxima fase".
A resposta de Rogério Ceni não tardou: "Ele tem todo o direito de vir jogar do jeito que ele quiser. Se ele veio para brincar, vai ter a oportunidade de jogar para valer na próxima". O destino selou um novo confronto entre as equipes nas oitavas de final, e o Galo prevaleceu, avançando na competição internacional. No jogo de ida, Ronaldinho balançou as redes em mais uma vitória por 2 a 1. Na partida de volta, o clube mineiro goleou por 4 a 1. Para selar o embate com o goleiro tricolor, o Bruxo, com sua habitual irreverência, disparou: "Quanto tá valendo, tá valendo".
A Parceria Mágica e o Legado Eterno no Galo
Ronaldinho não orquestrou sua magia solitariamente. Em campo, sua genialidade encontrou um parceiro ideal no centroavante Jô. A dupla desenvolveu uma sinergia notável, que se traduzia em uma celebração característica: após cada gol de um dos dois, eles corriam e saltavam em um "peitada" no ar. Essa união foi fundamental na campanha que culminou na conquista da Glória Eterna em 2013, solidificando a parceria como um dos pilares do sucesso alvinegro.
A passagem do Bruxo por Belo Horizonte chegou ao fim em 30 de julho de 2014, apenas cinco dias após a conquista da Recopa Sul-Americana, seu último título pelo clube. Após pouco mais de dois anos, Ronaldinho deixou de encantar o futebol mineiro, transferindo-se para o Fluminense, onde encerraria sua carreira nos gramados cariocas. Sua saída do Atlético-MG se deu de forma amigável, por meio de uma rescisão contratual consensual.
Ao longo de suas duas temporadas defendendo o Galo, Ronaldinho Gaúcho registrou 27 gols e distribuiu 28 assistências em 85 partidas. Sua presença foi decisiva para a conquista de dois Campeonatos Mineiros, uma Recopa Sul-Americana e, de forma inédita, a Taça Libertadores da América. Com esses feitos, o Bruxo não apenas fez magia, mas cravou seu nome na história do Atlético-MG, assegurando um legado que perdurará por toda a eternidade.
Para ilustrar a dimensão de sua contribuição, os números e títulos de Ronaldinho no Atlético-MG são apresentados na tabela abaixo:
| Categoria | Detalhes |
|---|---|
| Período | Junho de 2012 a Julho de 2014 |
| Jogos Disputados | 85 |
| Gols Marcados | 27 |
| Assistências | 28 |
| Títulos Conquistados | Libertadores (2013), Recopa Sul-Americana (2014), Campeonato Mineiro (2x) |
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