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Independência: 75 Anos de Lendas e a Mística do Atlético no Horto

Por Redação FutGalo em 25/06/2025 06:12

Neste 25 de junho, o Estádio Independência atinge a marca notável de 75 anos de existência. Este palco icônico, atualmente sob a gestão do América-MG, transcendeu sua função de campo de futebol para se consolidar como um verdadeiro relicário de momentos inesquecíveis no cenário esportivo, abrigando desde partidas de Copa do Mundo a embates decisivos de Libertadores e a consagração de diversos títulos. Para o torcedor atleticano, o "Indepa", como é carinhosamente conhecido, carrega um simbolismo particular, remetendo a uma era de conquistas e superações que moldaram a identidade do Galo.

Embora o América-MG, na condição de proprietário, seja o principal utilizador do Independência, sua relevância se estende por todo o futebol mineiro. Recentemente, a ascensão de clubes da região metropolitana, como o Itabirito no Campeonato Mineiro, também encontrou no estádio um lar provisório. Com a inauguração da moderna Arena MRV, o Atlético Mineiro consolidou seu próprio santuário, enquanto o Cruzeiro mantém um acordo de uso com o Mineirão. Dessa forma, a dupla de gigantes da capital recorre ao Independência apenas em situações de necessidade ou conveniência estratégica.

O Legado da Copa de 1950: O Nascimento de um Gigante

A história do Independência é intrinsecamente ligada à Copa do Mundo de 1950. Concebido especificamente para o torneio mundial, o estádio foi inaugurado em 25 de junho daquele ano, com o confronto entre Iugoslávia e Suíça, que terminou em 3 a 0 para os iugoslavos. Naquele Mundial, o gramado do Horto testemunhou um dos resultados mais surpreendentes da história das Copas até então: a vitória dos Estados Unidos por 1 a 0 sobre a Inglaterra. Além disso, foi palco da goleada do Uruguai por 8 a 0 contra a Bolívia, um prenúncio do que seria a campanha vitoriosa da Celeste.

Inicialmente sob a tutela do Governo de Minas Gerais, o campo foi posteriormente transferido para o clube Sete de Setembro, que o batizou oficialmente como Independência. Contudo, a inauguração do Mineirão, quinze anos depois, em 1965, redefiniu o epicentro do futebol mineiro, relegando o Independência a um segundo plano. Com a subsequente inatividade do Sete de Setembro, o América-MG assumiu a responsabilidade pelo estádio, iniciando uma nova fase em sua trajetória.

A Ressurreição e a Era América

O período de relativa obscuridade do Independência foi interrompido em 1985, quando o governo mineiro empreendeu uma extensa reforma. Em 1989, o América-MG assumiu a administração do local por três décadas. Posteriormente, esse prazo foi estendido por mais cinquenta anos, por meio de um comodato com o Sete de Setembro, entidade que, na prática, já não existia, tendo sido incorporada pelo Coelho em 1997, consolidando o América como o legítimo proprietário do estádio.

Entre os anos de 1990 e 2010, o América-MG viveu sua "Era Independência", um período de protagonismo em que o clube conquistou importantes títulos nacionais, como os campeonatos brasileiros das Séries B e C. Essa fase de glórias culminou em uma profunda reforma, iniciada em 2010 e concluída em 2012. A estrutura original foi demolida para dar lugar a uma arena moderna, com um investimento de R$ 149 milhões na época ? valor que hoje ultrapassaria os R$ 313 milhões em termos atualizados. Atualmente, o Independência oferece capacidade para cerca de 22.800 espectadores, além de camarotes, acessos otimizados e infraestrutura alinhada às normas internacionais.

O Horto e a Mística da Libertadores: O Trunfo do Galo

A partir de 2013, o Independência se tornou um aliado estratégico e quase místico para o Atlético Mineiro em sua memorável campanha na Copa Libertadores. A escolha do estádio pelo Galo foi motivada por diversos fatores, incluindo a reforma do Mineirão e as vantagens operacionais. No entanto, à medida que a sequência invicta se consolidava no Horto, uma poderosa superstição se enraizou, transformando o local em uma fortaleza impenetível.

O grito de guerra "Caiu no Horto, tá morto!" ecoou pelas arquibancadas e se tornou um mantra para a torcida atleticana. O Galo, impulsionado por essa energia, eliminou adversários um após o outro, acumulando classificações históricas até a grande final, que, devido à capacidade de público, foi disputada no Mineirão. Máscaras de pânico, estrategicamente utilizadas pelos torcedores, intensificaram a atmosfera intimidatória para os rivais. Um dos jogos mais emblemáticos daquela jornada foi o confronto contra o Tijuana, do México, quando a defesa heroica de um pênalti por Victor nos acréscimos garantiu a classificação do Atlético, solidificando a lenda do "Santo" e do "Horto".

O Independência na História Recente do Cruzeiro

O Independência também detém um capítulo significativo na história recente do Cruzeiro, ao ter sido palco do último título estadual da Raposa. Em 2019, o clube celeste levantou o troféu do Campeonato Mineiro ao superar seu arquirrival, o Atlético. Contudo, aquele mesmo ano marcaria o início de um período desafiador para o Cruzeiro, com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro e três temporadas amargando a segunda divisão.

O período subsequente foi marcado pela aquisição da SAF por Ronaldo Fenômeno. A gestão do ex-jogador entrou em litígio com a administração do Mineirão devido a desentendimentos sobre os valores cobrados pelo uso do estádio. Como consequência, o Cruzeiro passou a mandar seus jogos no Independência. A estreia da SAF de Ronaldo no Horto ocorreu em janeiro de 2022, com uma vitória por 3 a 0 sobre a URT. Embora o conflito com o Mineirão tenha sido superado e o Cruzeiro tenha retornado ao Gigante da Pampulha, o Independência ainda serve como alternativa quando necessário. Mais recentemente, o estádio foi o palco da estreia dos badalados reforços contratados pela gestão de Pedro Lourenço, onde o Cruzeiro venceu o Bragantino por 2 a 1 na estreia de Cássio, confirmando a relevância contínua do Horto no cenário do futebol mineiro.

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Sofia

Sofia

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Comentado em 25/06/2025 10:30 Pô, o Independência é muito mais que um estádio, é o berço do nosso Galo brabo na Libertadores de 2013! Quem lembra da defesaça do Victor no pênalti contra o Tijuana sabe o quanto esse lugar é místico! Cá no Horto a gente sente a força da torcida, é cenário de lendas, velho!
Daniel

Daniel

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Comentado em 25/06/2025 08:21 75 anos de história no Horto, mano! Ali é casa do Galo, respeito total, SLK!
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