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Dívida do Atlético-MG: Desafios e Estratégias para Equilibrar Finanças
Por Redação FutGalo em 20/05/2025 03:10
O Desafio Financeiro do Atlético-MG: Uma Análise Detalhada
O Atlético-MG, após a divulgação do balanço financeiro de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) na última semana, enfrenta o complexo desafio de estender o prazo de suas dívidas enquanto mantém a competitividade e o nível de investimento no futebol. A situação exige um equilíbrio delicado entre responsabilidade fiscal e ambição esportiva.
A dívida total acumulada do clube, que anteriormente girava em torno de R$ 1,4 bilhão, teve um aumento significativo, atingindo a marca de R$ 1,814 bilhão ? um acréscimo de mais de R$ 400 milhões em apenas um ano. Esse aumento substancial é atribuído, principalmente, aos altos gastos com o departamento de futebol e ao próprio endividamento da SAF. A folha salarial do clube, por exemplo, consumiu R$ 323 milhões.
Em resposta às notícias sobre a dívida, o Atlético divulgou uma nota oficial, esclarecendo que "Com relação à matéria veiculada pelo ge.globo referente ao Relatório de Gestão de 2024 do CAM, o clube ressalta que foram utilizadas metodologias diferentes de cálculo. O Galo considera para efeitos de cálculo do endividamento todos os seus passivos menos os seus ativos que possuem efeito caixa, enquanto a referida reportagem exclui as contas a receber do clube?.

Renegociação e Estratégias Financeiras
O principal obstáculo para o Atlético reside na necessidade de não comprometer os investimentos no futebol, dada a magnitude da dívida de curto prazo, que compreende os débitos com vencimento no próximo ano e soma R$ 1,152 bilhão. Para mitigar esse problema, o clube tem buscado ativamente renegociar suas dívidas no mercado, visando prazos mais longos e taxas de juros mais favoráveis.
Uma das medidas adotadas foi a emissão de debêntures pela SAF junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Embora o clube tenha conseguido levantar R$ 60 milhões com essa operação, o objetivo inicial era ultrapassar a marca de R$ 100 milhões. As debêntures possuem vencimento em 2027, representando uma dívida de longo prazo com juros mais acessíveis.
Ademais, a venda de jogadores emerge como um elemento crucial para equilibrar as finanças e reduzir o endividamento. O Atlético planeja aproveitar a janela de transferências do meio do ano para negociar ativos do clube, injetando recursos no caixa e aliviando a pressão financeira.
Histórico Recente e Desafios Persistentes
A delicada situação financeira do Atlético ganhou destaque recentemente com o atraso no pagamento de compras de jogadores. O Corinthians, por exemplo, recorreu à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) devido ao não pagamento dos valores referentes à aquisição do volante Fausto Vera, ocorrida no meio do ano anterior. O Cuiabá também acionou a CNRD e denunciou Rubens Menin, proprietário da SAF do Atlético, ao Banco Central, em decorrência de uma dívida relacionada à compra de Deyverson.
Além disso, o clube enfrenta pendências financeiras com outras equipes, como Botafogo, Athletico-PR e Coritiba, referentes às contratações de Júnior Santos, Cuello e Natanael, respectivamente. O pagamento de comissões a agentes de jogadores também tem sido um ponto de dificuldade para a gestão.
No início de 2025, o clube enfrentou atrasos no pagamento de salários e direitos de imagem dos jogadores, situação que foi regularizada posteriormente. Esse episódio marcou a primeira vez, desde a transformação em clube-empresa, que atrasos salariais vieram à tona.
O Caminho a Seguir: Perspectivas e Estratégias
Apesar dos desafios, os acionistas do clube avaliam que o perfil da dívida já apresenta sinais de melhora. O principal objetivo é prolongar ao máximo os prazos de pagamento, reduzir as taxas de juros e aliviar as pressões financeiras de curto prazo, sem comprometer os investimentos em infraestrutura e na aquisição e venda de jogadores.
Em suma, o Atlético-MG enfrenta um momento complexo, que exige uma gestão financeira estratégica e eficiente para equilibrar as ambições esportivas com a responsabilidade fiscal. A renegociação de dívidas, a venda de jogadores e a busca por novas fontes de receita são elementos-chave para garantir a sustentabilidade do clube a longo prazo.
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