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Atlético-MG Reestrutura Dívida da Arena MRV, Mas Enfrenta Desafios Financeiros
Por Redação FutGalo em 10/01/2025 07:11
Renegociação da Dívida da Arena MRV
O Atlético Mineiro alcançou um pacto com os investidores da Arena MRV nesta quinta-feira, após extensas tratativas nos últimos meses. O objetivo da negociação foi remodelar o débito original de R$ 440 milhões, originário da construção do estádio, através de certificados de recebíveis imobiliários (CRI).
A direção do clube obteve a concordância dos credores ? aqueles que investiram nesses certificados ? para alterar uma série de normas de funcionamento do fundo, conhecidos como "covenants".
Um exemplo notável é a criação de uma conta específica que receberá as receitas de bilheteria, programas de sócio-torcedor e direitos de transmissão televisiva. Essa medida visa assegurar o pagamento, além de impor restrições à captação de novas dívidas.
Impacto da Renegociação nos Cofres do Clube
Entretanto, a administração do clube não conseguiu persuadir os credores a concederem um novo período de carência para o pagamento dos valores. A proposta era que o Atlético-MG suspendesse o pagamento de R$ 63 milhões em 2025 e 2026, transferindo esse montante, acrescido de juros, para os três anos subsequentes, entre 2027 e 2029.
Diante da recusa da carência, o clube terá de buscar empréstimos bancários para aliviar seu fluxo de caixa. Embora isso não represente uma notícia totalmente desfavorável para a SAF em si, já que a taxa de juros desses créditos tende a ser menor que a dos CRIs, é um contratempo para os acionistas do clube-empresa, uma vez que são eles que oferecem o aval bancário para essas operações.
Durante a apresentação sobre as finanças, Bruno Muzzi, CEO do Atlético, detalhou as dívidas bancárias da SAF. Os juros da Arena MRV se destacam como os mais elevados entre todos os empréstimos em aberto. No total, a SAF deve R$ 917 milhões a instituições financeiras e aos credores do estádio.
Análise Financeira e os Desafios do Atlético-MG
No período de cinco anos, entre 2020 e 2024, o Atlético-MG alcançou um saldo positivo entre suas receitas e despesas apenas no ano passado. Impulsionada pelas premiações e bilheterias da Libertadores e da Copa do Brasil, a SAF registrou um superávit de R$ 8 milhões.
Na avaliação de investimentos ? o balanço entre compras e vendas de atletas, incluindo comissões e luvas por renovações contratuais ?, o cenário permanece negativo. Em 2024, foram investidos R$ 211 milhões em jogadores, em contraste com os R$ 155 milhões arrecadados.
A Necessidade de Injeção de Capital
Devido ao alto endividamento, principalmente com instituições bancárias, os juros que o Atlético-MG arca são consideráveis. Embora não tenha divulgado números à imprensa, durante a renegociação com os credores do estádio, a SAF projetou um resultado financeiro negativo de aproximadamente R$ 130 milhões por ano.
A combinação desses fatores explica as dificuldades financeiras do clube-empresa. Com o resultado operacional raramente positivo (receita menos despesa), o balanço de atletas desfavorável e os juros em alta, a solução para a SAF atleticana tem sido recorrer ao aporte financeiro de seus proprietários, notadamente Rubens Menin.
Rodrigo Capelo explica a situação financeira do Atlético-MG
— ge (@geglobo) May 14, 2024
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