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Atlético-MG e Deyverson: Galo propõe parcelamento de dívida ao Cuiabá e CNRD é criticada

Por Redação FutGalo em 28/10/2025 13:35

O cenário financeiro do futebol nacional frequentemente revela impasses contratuais e o Atlético-MG se encontra no centro de uma nova discussão. O clube mineiro apresentou ao Cuiabá uma proposta de parcelamento para saldar o débito referente à aquisição do atacante Deyverson. Esta movimentação ocorre após o Galo ser notificado pela Câmara Nacional de Resoluções e Disputas (CNRD) e enfrentar um prazo final, que se encerrou na última segunda-feira, para regularizar a situação.

A iniciativa do Atlético-MG busca evitar sanções mais severas. A ausência de um comprovante de pagamento ou de uma negociação formalizada poderia levar a novas advertências, culminando na proibição de registrar novos atletas, um golpe significativo para qualquer planejamento de temporada.

Detalhes da Proposta e o Histórico da Dívida

A apuração jornalística revela que a oferta do Atlético-MG compreende um pagamento inicial correspondente a 30% do montante total, estimado em cerca de R$ 5 milhões. O restante seria quitado em seis parcelas mensais, cada uma no valor de R$ 1,47 milhão. Questionado pela imprensa, o clube alvinegro optou por não se manifestar publicamente, informando que sua posição seria apresentada nos autos do processo, que tramita sob sigilo.

A origem deste passivo remonta à metade do ano passado, quando o Atlético-MG efetivou a compra de Deyverson junto ao Cuiabá. O acordo inicial previa um pagamento de R$ 4 milhões, dividido em cinco parcelas. Contudo, apenas a primeira delas, no valor de R$ 500 mil, foi devidamente honrada. Em setembro de 2024, diante da inadimplência, o Cuiabá encaminhou uma notificação extrajudicial ao Galo, concedendo um prazo de 20 dias para a regularização. A falta de resposta levou o caso à esfera da CNRD.

A condenação da equipe mineira pela CNRD foi proferida em 29 de agosto deste ano. O recente prazo final para a apresentação de uma proposta ou a quitação integral do débito era crucial, pois a inação poderia resultar em novas advertências e, potencialmente, na restrição de registrar novos reforços, uma penalidade que o clube já enfrentou em janeiro deste ano quando negociou o atacante Deyverson com o Fortaleza.

A Reação do Cuiabá e Críticas ao Sistema

A proposta de parcelamento não foi recebida com entusiasmo pelo Cuiabá. Cristiano Dresch, presidente do clube mato-grossense, expressou seu descontentamento e teceu duras críticas ao funcionamento da CNRD. Em declaração ao ge, Dresch manifestou sua indignação:

Eles vão começar a pagar em novembro e terminar de pagar em maio do ano que vem. Ganharam um prazo sem pagar juros. Isso é absurdo. Os clubes usam e abusam de um sistema de cobrança que não funciona. A CNRD, infelizmente, se tornou uma ferramenta para que aproveitem de dívidas entre clubes para pagarem com prazo longo e sem juros. Isso precisa mudar urgentemente. A CBF e a CNRD precisam cortar essa mamata aí que os clubes estão usando.

A fala do presidente do Cuiabá evidencia uma insatisfação generalizada com a morosidade e a aparente leniência do sistema regulatório em relação às dívidas entre clubes. A percepção de que a CNRD, em vez de agilizar as resoluções, acaba por chancelar prazos estendidos sem a devida correção monetária, levanta questionamentos sobre a eficácia e a justiça do processo.

Implicações Regulatórias e o Futuro da Negociação

O impasse entre Atlético-MG e Cuiabá, agora sob a égide da CNRD, expõe as fragilidades do sistema de cobrança no futebol brasileiro. A busca por um acordo que evite a proibição de registro de atletas é uma prioridade para o Galo, que já demonstrou ter utilizado o atacante Deyverson como moeda de troca em outras negociações, como a venda ao Fortaleza.

A tabela a seguir sumariza os detalhes financeiros do acordo e da dívida:

Detalhe Financeiro Valor/Condição
Dívida total estimada R$ 5 milhões
Proposta de pagamento inicial 30% do total
Número de parcelas restantes 6
Valor de cada parcela R$ 1,47 milhão
Valor original da compra R$ 4 milhões
Parcelas originais acordadas 5
Parcelas originais quitadas 1 (R$ 500 mil)

O desfecho desta negociação não apenas impactará as finanças de ambos os clubes, mas também poderá servir como um precedente para futuras discussões sobre a atuação da CNRD e a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de resolução de disputas no futebol nacional.

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