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Atlético-MG Cede Empate ao Bolívar: Análise Crítica da Sul-Americana

Por Redação FutGalo em 17/09/2025 21:22

O Atlético Mineiro retornou de La Paz com um resultado que, embora mantenha a decisão da vaga em seus domínios, carrega o gosto amargo de uma vantagem significativa desperdiçada. Em um confronto disputado na desafiadora altitude de mais de 3.600 metros, o Galo empatou em 2 a 2 com o Bolívar, nesta quarta-feira (17), pela partida de ida das quartas de final da Sul-Americana. A equipe mineira chegou a estabelecer uma confortável liderança de dois gols e ainda atuou com um jogador a mais, mas permitiu a reação adversária, que inclusive perdeu uma penalidade máxima.

Os tentos alvinegros foram anotados por Alexsander e Victor Hugo, enquanto Robson Matheus e Dorny Romero foram os responsáveis por balançar as redes a favor dos anfitriões. Este placar de igualdade impõe ao Atlético a necessidade de uma vitória em seu próximo compromisso, marcado para a quarta-feira seguinte (24), às 19h (horário de Brasília), na Arena MRV, caso deseje avançar para a semifinal da competição continental. Um novo empate levará a decisão para a disputa por pênaltis. Antes disso, o foco se volta para o Campeonato Brasileiro, onde o Galo enfrenta o Botafogo no sábado (20), às 18h30, no Nilton Santos, pela 24ª rodada.

Estratégia Inicial e Eficácia no Ataque

A abordagem inicial do Atlético, na altitude boliviana, centrou-se na sobrevivência e na busca pelo melhor resultado possível para ser selado no Brasil. O Bolívar, ciente de sua vantagem geográfica, começou a partida exercendo intensa pressão e arriscando arremates de longa distância. Contudo, a segurança do goleiro Everson foi crucial, com defesas importantes, como em um chute de Martín Cauteruccio, que girou sobre a marcação na área, e outro de Robson Matheus, mantendo o placar inalterado.

Após o ímpeto inicial, a equipe boliviana demonstrou uma compreensível redução de ritmo, permitindo que o Atlético ganhasse mais controle da posse de bola. Apesar de um revés com a grave lesão de Cuello no tornozelo esquerdo, ocorrida aos 32 minutos, o time mineiro não se desorganizou. Nos acréscimos da primeira etapa, o Galo capitalizou um contra-ataque letal, com Alexsander convertendo após assistência de Gustavo Scarpa. Pouco depois, aos 51 minutos, Victor Hugo, de cabeça, ampliou a vantagem, consolidando um cenário promissor antes do intervalo.

Reviravolta Inesperada e Falhas Defensivas

A vantagem de dois gols proporcionou um certo conforto ao Atlético, que, todavia, não se sustentou por muito tempo. O Bolívar retornou para o segundo tempo com uma postura agressiva e rapidamente diminuiu a diferença no marcador. Aos três minutos, Robson Matheus, em uma falha de posicionamento defensivo de Guilherme Arana, subiu sozinho na segunda trave e descontou. A situação parecia pender novamente para o Galo aos 11 minutos, quando o zagueiro Ignacio Gariglio, do Bolívar, foi expulso após uma entrada dura em Caio Paulista, alterando significativamente o panorama do jogo.

Mesmo com um homem a menos, o Bolívar demonstrou resiliência e persistiu na busca pelo empate. Enquanto o Atlético começava a sentir os efeitos do desgaste físico impostos pela altitude, o time boliviano explorava essa condição. A oportunidade de igualar o placar surgiu aos 24 minutos, quando o árbitro assinalou um pênalti após a bola desviar no braço de Lyanco. Entretanto, Martín Cauteruccio não conseguiu converter, carimbando o travessão, para alívio momentâneo da torcida atleticana.

O Desfecho Crítico e as Implicações para a Volta

O pênalti desperdiçado pareceu abalar o Bolívar por um curto período, e o Atlético conseguiu conter a pressão, administrando o resultado. No entanto, aos 40 minutos, a arbitragem marcou outra penalidade máxima a favor dos donos da casa, após um novo desvio de braço, desta vez de Igor Gomes. Dorny Romero assumiu a responsabilidade e, ao contrário de seu companheiro, deslocou Everson , selando o empate e frustrando as expectativas de uma vitória atleticana na altitude. A incapacidade de manter a liderança, mesmo com superioridade numérica e um pênalti perdido pelo adversário, levanta questionamentos sobre a gestão da partida e a concentração da equipe em momentos decisivos.

Este resultado exige uma análise profunda da comissão técnica e dos jogadores. A chance de decidir em casa, na Arena MRV, é um fator positivo, mas a fragilidade demonstrada em manter uma vantagem tão expressiva serve como um alerta. A próxima partida será um teste não apenas técnico, mas também psicológico, onde o Galo precisará demonstrar maturidade e foco para selar sua classificação e seguir adiante na Copa Sul-Americana.

Ficha Técnica do Confronto

Copa Sul-Americana - Jogo de ida das quartas de final Detalhes
Data 17/09/2025
Local Estádio Hernando Siles, La Paz
BOLÍVAR Lampe; Jesús Sagredo (Damián Batallini, 32'/2ºT), Ignacio Gariglio, Miguel Torrén e José Sagredo; Robson Matheus, Leonel Justiniano, Daniel Cataño (Santiago Echeverría, 42'/2ºT) e Jhon Velásquez (Dorny Romero, 16'/2ºT); Martín Cauteruccio e Carlos Melgar (Luis Paz, 16'/2ºT). Técnico: Flávio Robatto
ATLÉTICO Everson; Natanael (Fausto Vera, 31'/2ºT), Lyanco, Júnior Alonso, Victor Hugo e Guilherme Arana; Alan Franco, Alexsander (Igor Gomes, 15'/2ºT) e Gustavo Scarpa (Hulk, 15'/2ºT); Rony (Reinier, 31'/2ºT) e Cuello (Caio Paulista, 36'/1ºT). Técnico: Jorge Sampaoli
Árbitro Kevin Ortega (PER)
Assistentes Michael Orué (PER) e Jesús Sánchez (PER)
VAR Joel Alarcón (PER)
Gols Alexsander, 45'/1ºT (0-1); Victor Hugo, 51'/1ºT (0-2); Robson Matheus, 3'/2ºT (1-2); Dorny Romero, 41'/2ºT (2-2)
Cartões amarelos Natanael, Junior Alonso, Alan Franco e Gustavo Scarpa (CAM)
Cartão vermelho Ignacio Gariglio (BOL)

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