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Reviravolta Judicial: Entenda a Anulação da Condenação de Cuca na Suíça e seu Retorno ao Atlético-MG
Por Redação FutGalo em 29/12/2024 20:00
A recente decisão da justiça suíça de anular a condenação de Cuca por estupro, ocorrida em 1989, trouxe à tona novamente um caso que assombrou sua carreira. Este desenvolvimento judicial permitiu que o treinador retornasse ao Atlético-MG, assinando um contrato de duas temporadas. Antes disso, ele já havia comandado o Athletico-PR entre março e junho deste ano. Mas, afinal, qual é a real situação jurídica de Cuca na Suíça? Vamos explorar os detalhes deste caso.
O Caso de 1987 e a Condenação
O episódio remonta a 1987, quando Cuca, ainda jogador do Grêmio, durante uma excursão na Europa, foi detido em Berna, juntamente com outros três colegas de equipe. A acusação era de terem mantido relações sexuais sem consentimento com uma adolescente de 13 anos. Segundo as investigações da polícia local, a jovem teria ido ao quarto dos jogadores com amigos, onde foi supostamente abusada. Este evento resultou em um mês de prisão para os quatro atletas, antes de retornarem ao Brasil após o pagamento de fiança.
O julgamento ocorreu dois anos depois, em 1989, sem a presença física dos acusados. Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência, enquanto Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor, mas condenado por envolvimento no ato de violência. Cuca sempre negou as acusações.
Repercussão e Controvérsia em 2023
O caso ganhou nova dimensão em abril de 2023, quando Cuca deixou o Corinthians após apenas duas partidas, alegando pressão da torcida. Sua contratação pelo clube paulista gerou protestos intensos, devido à sua condenação anterior por estupro. A direção do Corinthians, na época, declarou acreditar na inocência do treinador, alinhando-se com a declaração constante de Cuca sobre sua não participação no crime.
Ademais, nesse mesmo período, Barbara Studer, diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, revelou em entrevista que o processo continha evidências de sêmen de Cuca no corpo da vítima, e que a mesma o havia reconhecido durante a investigação inicial. Essa informação reacendeu o debate e a indignação sobre o caso.
A Reviravolta Processual e a Anulação da Sentença
Após sua saída do Corinthians, Cuca montou uma equipe de advogados com o objetivo de reabrir o caso na Suíça. A defesa teve acesso a um processo com mais de mil páginas e solicitou a anulação do julgamento de 1989. O Ministério Público suíço, consultado pelo tribunal, opinou que o caso já havia prescrito e que não justificava um novo julgamento. A vítima faleceu em 2002, e seu filho também optou por não participar do processo.
Decisão do Tribunal e Indenização
Em janeiro de 2024, a presidente do Tribunal Regional de Berna-Mittelland, Bettina Boschler, decidiu pela anulação do caso. A decisão não analisou o mérito da questão, ou seja, não inocentou Cuca, mas concordou com o argumento da defesa de que o julgamento de 1989 ocorreu à revelia, sem a presença do réu e sem uma defesa adequada. Além da anulação, o tribunal determinou uma indenização de 9,5 mil francos suíços (aproximadamente R$ 50 mil) a Cuca.
Após a decisão, Cuca declarou, através de sua assessoria: "Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos oito meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus".
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